São Paulo – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comentou nesta quinta-feira (26) sobre o ato “Sem Anistia”, organizado por grupos de esquerda contra a anistia dos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro. Durante uma coletiva de imprensa, ele ironizou a mobilização, afirmando que estaria “promovendo” o evento, mas sua declaração gerou forte reação dos organizadores.
“Dia 30 vai ter um movimento da esquerda. Estou até promovendo o movimento da esquerda na Paulista. Qual é a pauta? Prisão para Bolsonaro e ‘sem anistia'”, disse o ex-presidente, em tom sarcástico.
O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) respondeu imediatamente nas redes sociais.
“Agradeço ao Bolsonaro pela convocação do Ato Sem Anistia! Vamos todos na Praça Oswaldo Cruz, domingo às 13h“, escreveu Boulos, reforçando a convocação para o protesto.
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Organização do ato e impacto político
O protesto é organizado pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, reunindo partidos de esquerda e movimentos sociais. O objetivo é pressionar contra o projeto de anistia que tramita na Câmara dos Deputados e pode beneficiar os envolvidos nos ataques de 8 de janeiro, incluindo Bolsonaro.
Boulos também aproveitou o momento para criticar o ex-presidente durante sessão na Câmara.
“O canalha que bradava, falava em tortura, que era valentão, baixou a voz para pedir anistia e dizer que tem que pacificar o país. Na hora de tramar golpe, era valente. Paguem o preço das ações que fizeram”, declarou.
Denúncia e julgamento no STF
O Supremo Tribunal Federal (STF) tornou Bolsonaro réu por tentativa de golpe de Estado, após a Primeira Turma da Corte aceitar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). A acusação envolve crimes como:
- Abolição violenta do Estado Democrático de Direito
- Golpe de Estado
- Organização criminosa
- Dano qualificado ao patrimônio da União
- Deterioração de patrimônio tombado
Caso seja condenado, Bolsonaro poderá enfrentar penas de prisão.
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