Brasília – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se reuniu com aliados nesta quarta-feira (19) para debater a possibilidade de deixar o Brasil antes do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito que investiga tentativa de golpe. O encontro aconteceu no apartamento funcional do deputado Zucco (PL-RS), líder da oposição na Câmara. Apesar das especulações, Bolsonaro negou que tenha planos de sair do país e reafirmou sua inocência.
Em conversas com aliados, o ex-presidente afirmou que, se tivesse cometido algum crime, já teria solicitado asilo em países como Argentina ou Estados Unidos. No entanto, garantiu que continuará se defendendo na Justiça e que sempre atuou “dentro das quatro linhas” da Constituição. Para seus apoiadores, as acusações fazem parte de um “jogo de cartas marcadas” e a Primeira Turma do STF tende a condená-lo.
Reunião com aliados e estratégias para manifestações
Durante o encontro, Bolsonaro fez pedidos específicos a seus aliados. Ele solicitou foco na manifestação programada para 16 de março, no Rio de Janeiro, e orientou que não houvesse mobilizações em outras cidades.
O ex-presidente também pediu que o grito de “Fora Lula” fosse evitado neste evento. Segundo ele, os discursos nos trios elétricos na orla de Copacabana devem priorizar o apoio ao projeto de anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
Pressão aumentou após nova denúncia da PGR
A reunião aconteceu um dia depois de a Procuradoria-Geral da República (PGR) enviar ao STF uma denúncia contra Bolsonaro e outras 33 pessoas no inquérito do golpe. A medida aumentou a pressão sobre o ex-presidente, que enfrenta um dos momentos mais críticos de sua carreira política.