Bolsonaro liderou organização criminosa para manter-se no poder, afirma Gonet em julgamento

25 de março de 2025
Leia em 2 mins
Paulo Gonet assinou a denúncia da PGR analisada pelo STF na suposta trama de golpe Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Paulo Gonet assinou a denúncia da PGR analisada pelo STF na suposta trama de golpe Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Brasília – O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou nesta terça-feira (25) o julgamento da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados. Segundo a acusação, o grupo planejou um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que Bolsonaro e militares de alta patente formaram uma organização criminosa para se manter no poder. “Os fatos narrados evidenciam uma cadeia de acontecimentos planejados para impedir a transição democrática, contrariando o resultado das eleições de 2022”, declarou Gonet durante a sessão.

Estratégia para se manter no poder

Segundo a PGR, o grupo liderado por Bolsonaro e seu ex-candidato a vice, Walter Braga Netto, articulou diversas ações para deslegitimar o sistema eleitoral. Entre as estratégias, estavam ataques ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e questionamentos sobre a segurança das urnas eletrônicas.

Desde 2021, Bolsonaro adotou um discurso de ruptura com a normalidade constitucional. “A situação se intensificou quando Lula recuperou seus direitos políticos e passou a liderar as pesquisas”, apontou Gonet.

Crimes investigados pela PGR

A denúncia inclui vários crimes, entre eles:

  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Golpe de Estado;
  • Dano ao patrimônio público;
  • Deterioração de patrimônio tombado;
  • Formação de organização criminosa.

A investigação está focada no chamado “Núcleo 1”, considerado o centro da suposta trama golpista.

Quem são os denunciados?

Além de Bolsonaro e Braga Netto, outros seis nomes são citados na denúncia:

  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Augusto Heleno, ex-chefe do GSI;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha.

Julgamento no STF

A Primeira Turma do STF, composta por Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Flávio Dino e Cristiano Zanin, está responsável pelo julgamento. Caso a maioria aceite a denúncia, os acusados se tornarão réus e responderão a ação penal.

O julgamento ocorre em três sessões. A primeira foi realizada nesta terça-feira pela manhã, a segunda no período da tarde e uma terceira está marcada para quarta-feira (26).

Especialistas avaliam que, se condenado por todos os crimes, Bolsonaro pode pegar até 30 anos de prisão. O ex-presidente nega todas as acusações e alega ser alvo de perseguição política.


LEIA TAMBÉM


Entenda o julgamento de Bolsonaro no STF

  • O que está em jogo? O Supremo analisa se transforma a denúncia da PGR em ação penal.
  • O que Bolsonaro alega? Ele nega as acusações e diz ser perseguido.
  • Quem são os envolvidos? Além de Bolsonaro, sete ex-membros do governo.
  • O que pode acontecer? Se a maioria do STF aceitar a denúncia, os acusados responderão criminalmente.
  • Possíveis penas? Em caso de condenação, a pena pode chegar a 30 anos de prisão.

Redacao

Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

– Publicidade –

Mais Lidas

Authors

Newsletter

Banner

Leia Também