Um relatório da Polícia Federal (PF) indiciou Jair Bolsonaro e 11 aliados por um esquema de desvio de joias do acervo presidencial. Segundo a investigação, o ex-presidente mentiu ao afirmar que havia guardado um conjunto de joias na fazenda de Nelson Piquet, no Brasil. As joias, presenteadas pelo governo da Arábia Saudita, foram clandestinamente levadas para os Estados Unidos, onde foram tentadas leilões.
Bolsonaro alegou em depoimento que os itens, incluindo uma caneta, um anel, abotoaduras, um masbaha e um relógio da grife Chopard, estavam em seu acervo presidencial na fazenda de Piquet, no Lago Sul de Brasília. No entanto, investigações da PF demonstraram que o kit de ouro rosé foi transportado no avião presidencial para a Flórida e entregue à Fortuna Action House em Nova York para leilão, que não foi bem-sucedido.
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O ex-piloto é próximo de Bolsonaro e foi o maior doador da campanha do então presidente e candidato à reeleição entre as pessoas físicas após repassar a cifra de R$ 501 mil.
O relatório também aponta o envolvimento de Marcelo Vieira, então chefe do Gabinete de Documentação Histórica da Presidência, e outras figuras próximas a Bolsonaro na operação de desvio das joias, contrariando determinações do Tribunal de Contas da União (TCU) para sua devolução ao governo brasileiro.
A defesa de Bolsonaro nega as acusações, alegando que o ex-presidente nunca teve intenção de se apropriar de bens públicos. Os advogados contestam a competência do Supremo Tribunal Federal (STF) para o caso e criticam a repercussão midiática em torno das estimativas iniciais dos valores dos bens desviados.
Após ajustes na contabilização dos valores, a PF estima que o esquema tenha desviado bens avaliados em R$ 6,8 milhões, e não os R$ 25 milhões inicialmente divulgados. A investigação continua a revelar novos detalhes sobre o caso que promete abalar o cenário político nacional.
Esta matéria foi baseada no relatório da PF e nas informações publicadas pela coluna de Malu Gaspar, do jornal O Globo.