Estratégia financeira

Bolsonaro transferiu 80% de seus recursos para os EUA

Relatório da Polícia Federal aponta estratégia financeira

O ex-presidente Jair Bolsonaro e apoiadores nos Estados Unidos. Foto: Reprodução
O ex-presidente Jair Bolsonaro e apoiadores nos Estados Unidos. Foto: Reprodução

Rio de Janeiro – O ex-presidente Jair Bolsonaro transferiu quase todo seu dinheiro para uma conta nos Estados Unidos quando viajou para o país em dezembro de 2022. A viagem ocorreu antes do fim de seu mandato, para evitar passar a faixa presidencial a Lula. Segundo relatório da Polícia Federal no inquérito das joias, a movimentação financeira fazia parte de uma “estratégia”.

O que você precisa saber

  • Transferência de recursos: Bolsonaro transferiu 80% de seus recursos financeiros para uma conta no Banco BB Américas, em Miami.
  • Venda ilegal de joias: Recursos da venda ilegal de joias foram usados para bancar suas despesas nos EUA.
  • Inquérito das joias: A PF aponta que as joias deveriam pertencer ao acervo da Presidência e foram desviadas para enriquecimento ilícito.
  • Indiciamento: Bolsonaro foi indiciado por associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos.

Estratégia de Transferência

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“O ex-presidente JAIR BOLSONARO decidiu sair do país com destino aos Estados Unidos. Dentro de sua estratégia, o ex-presidente levou para o exterior quase a totalidade de seus recursos financeiros, que estavam disponíveis para imediata movimentação, transferindo 80% do montante depositado em contas bancárias no Brasil para sua nova conta no Banco BB Américas, sediado em Miami/FL”, diz o documento da Polícia Federal.

Venda Ilegal de Joias

A investigação da PF ainda apontou que Bolsonaro usou recursos da venda ilegal de joias no exterior para bancar suas despesas no país. Ele ficou nos EUA por cerca de três meses e não movimentou suas contas bancárias no Brasil durante o período. O desvio das joias, que deveriam pertencer ao acervo da Presidência, foi feito para o enriquecimento ilícito do ex-presidente, segundo a PF. Os valores das vendas “eram convertidos em dinheiro em espécie e ingressavam no patrimônio pessoal do ex-presidente da República”, de acordo com a corporação.

Decisão do STF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo do inquérito nesta segunda (8) e enviou o caso para análise da Procuradoria-Geral da República (PGR). A PGR poderá denunciar o ex-presidente e os outros 11 envolvidos, pedir um aprofundamento das apurações, arquivar o caso ou oferecer um acordo de não-persecução penal.

Bolsonaro foi indiciado por associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos (peculato). Se condenado, ele pode pegar uma pena de 10 a 32 anos de reclusão.