Brasília – O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) usou a tribuna da Câmara dos Deputados para criticar apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) e afirmar que o ex-presidente pode ser preso. O discurso ocorreu um dia após a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentar uma denúncia contra Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado.
“O Bolsonaro vai pra cadeia, vai ser preso, vai pra Papuda. No dia de hoje, ver um bolsonarista falando de ditadura é uma hipocrisia sem limite. Ontem, o Bolsonaro foi denunciado pelo Procurador-Geral da República pelo crime de tentativa de golpe de Estado, de instaurar uma ditadura”, disse Boulos durante a sessão na Câmara.
Depois de ontem, já tem bolsonarista na Câmara falando até em democracia. É mole? pic.twitter.com/0l1XjFUeCn
— Guilherme Boulos (@GuilhermeBoulos) February 19, 2025
Deputado ironiza apoio a Bolsonaro
Durante o discurso, Boulos criticou os parlamentares que, segundo ele, mudaram de postura após a denúncia. Ele questionou se os mesmos que apoiavam Bolsonaro agora defenderiam a possibilidade de saídas temporárias da prisão para o ex-presidente.
“Eu fico em dúvida, vendo a hipocrisia deles, será que vão defender saidinha pro Bolsonaro na Papuda? Vão ser hipócritas, vão defender a saidinha pro Bolsonaro”, afirmou o deputado.
Nas redes sociais, Boulos compartilhou um vídeo com trechos de sua fala e reforçou a crítica. “Depois de ontem, já tem bolsonarista na Câmara falando até em democracia. É mole?”, escreveu no X/Twitter.
Denúncia da PGR e acusações contra Bolsonaro
Na terça-feira (18), a Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou uma denúncia inédita contra Jair Bolsonaro e aliados, incluindo militares de alta patente. A acusação envolve tentativa de golpe de Estado e permanência no poder após a derrota nas eleições de 2022.
Entre os denunciados, estão os generais da reserva Braga Netto e Augusto Heleno, ambos ex-ministros do governo Bolsonaro. A PGR aponta que o grupo teria formado uma organização criminosa armada com o objetivo de impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
As acusações incluem crimes como:
- Golpe de Estado
- Tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito
- Dano qualificado
- Organização criminosa armada