Brasília – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) minimizou nesta quinta-feira (20) a possibilidade de ser preso após a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) por liderar uma suposta trama golpista em 2022. Durante o Primeiro Seminário de Comunicação do PL, Bolsonaro disse: “O tempo todo [é] vamos prender o Bolsonaro. Caguei para a prisão”.
O ex-presidente foi denunciado junto a 33 pessoas por crimes como tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e participação em organização criminosa. Caso seja condenado, as penas podem ultrapassar 30 anos de prisão.
Bolsonaro nega golpe e reforça discurso político
Bolsonaro usou o evento para questionar a liberdade de expressão no Brasil e negou ter articulado qualquer tentativa de golpe. Ele ironizou a gravidade das acusações ao chamar os eventos de “golpe da Disney”, em referência à sua presença em Orlando, nos Estados Unidos, durante os ataques de 8 de janeiro de 2023.
A estratégia de Bolsonaro é manter seu capital político e consolidar sua candidatura para 2026, mesmo sob risco de prisão e com sua inelegibilidade até 2030. Seus aliados buscam apoio internacional e mobilizações nas ruas para pressionar contra o avanço do processo.
STF acelera julgamento e expõe delatação de Mauro Cid
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quarta-feira (19) a quebra de sigilo dos depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. A delatação detalha a suposta trama golpista e embasa a denúncia apresentada pela PGR.
As investigações apontam que Bolsonaro teria articulado a permanência no poder mesmo após a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O STF trabalha para acelerar o julgamento ainda em 2025 e evitar qualquer impacto no próximo ciclo eleitoral.
