São Paulo – Candidatas mulheres nas eleições municipais fora das capitais sofrem o dobro de ataques em comparação aos homens, de acordo com o levantamento feito pelo MonitorA, observatório de violência política de gênero online. O estudo revela que as ofensas são, na maioria, pessoais e sem conexão com a atuação política das candidatas.
Resumo da Notícia
O observatório MonitorA, coordenado por diversas entidades, como o Instituto AzMina e o InternetLab, apontou que as mulheres receberam 43% dos ataques durante as eleições municipais fora das capitais, enquanto os homens foram alvo de 24%. O levantamento analisou quase 6 mil comentários em debates eleitorais, destacando que os insultos contra as mulheres focam em ofensas pessoais, utilizando termos como “nojenta”, “fraca” e “vergonha”.
Dados sobre a Violência Online
Entre 10 de agosto e 17 de setembro, o MonitorA monitorou 5.988 comentários no YouTube durante debates em 25 cidades brasileiras. As candidatas foram ofendidas em 43% dos casos, enquanto 24% dos ataques foram direcionados aos homens. Os termos mais comuns contra as mulheres incluem “nojenta”, “fraca”, “lixo” e “mentirosa”, sem ligação com a atuação política.
Cidades com Mais Ocorrências
A cidade de Santos (SP) lidera a lista com o maior número de insultos, registrando 675 ocorrências. Em seguida vem Assú (RN), com 555 ofensas, e Piracicaba (SP), com 395 comentários ofensivos. Olinda (PE) e São João de Meriti (RJ) também figuram entre as cidades com maior quantidade de ataques, com 375 e 328 ofensas, respectivamente.
Tipos de Ofensas
Os principais tipos de agressões sofridas por candidatas incluem: inferiorização, misoginia, descrédito intelectual e sentimento de nojo. Esses ataques são altamente pessoais e não refletem o desempenho das candidatas. Em Santos, a palavra “nojo” foi mencionada 25 vezes, enquanto em Olinda, o termo “marionete” foi usado 91 vezes.
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Perguntas Frequentes sobre Violência Política de Gênero
Por que as candidatas mulheres recebem mais ataques que os homens?
O levantamento aponta que as mulheres são frequentemente alvo de ataques pessoais, baseados em inferiorização e misoginia, enquanto os homens recebem menos ataques e de caráter menos pessoal.
Quais são os principais termos usados nos ataques?
Termos como “nojenta”, “fraca”, “lixo” e “mentirosa” são os mais comuns, direcionados de forma pessoal e sem relação com a atuação política.
Quais cidades lideram os insultos?
Santos (SP) registrou o maior número de ocorrências, seguida por Assú (RN), Piracicaba (SP), Olinda (PE) e São João de Meriti (RJ).
Qual a origem dos ataques?
Os comentários monitorados pelo MonitorA foram coletados durante debates eleitorais no YouTube, em 25 cidades brasileiras.
Com informações do colunista Guilherme Amado, do portal Metrópole