Em Bom Princípio do Piauí, na região de Teresina, o ex-prefeito Apolinário Costa (PSB) está na disputa para voltar a administrar a cidade. Contudo, as eleições municipais sofreram uma reviravolta. Disputando a preferência do povo contra seu sobrinho e atual prefeito, Lucas Moraes (MDB), espalhou-se a notícia de que Apolinário teria sofrido um atentado.
Enquanto a imprensa local e a população repercutiam o boato, a polícia iniciou as investigações para esclarecer o caso. Segundo o delegado Maikon Kaestner, da Delegacia de Combate às Facções Criminosas, Homicídios e Tráfico de Drogas (DFHT) de Parnaíba, no dia 2 de agosto Apolinário foi à polícia. Ele contou que durante a madrugada estava com um amigo no centro de Parnaíba, quando ouviu um disparo de tiro.
“Ele disse que sentiu o cheiro da pólvora, que alguém tinha atirado nele, e registrou boletim de ocorrência. A perícia foi até o local, colheu provas e constatou que, na verdade, o pneu de uma motocicleta estacionada a três metros deles estourou sozinho e causou o barulho”, declarou o delegado.
Naquele momento, os dois entraram em uma farmácia. Contudo, a polícia ouviu as testemunhas e nenhum deles confirmou a tese de atentado. Todavia, segundo informações do G1, o ex-prefeito concedeu entrevistas em emissoras de rádio locais denunciando o suposto crime.
“As imagens mostram que eles estavam tranquilos, as pessoas da farmácia se assustaram com o que eles falaram e não com o estouro em si. O candidato é um policial penal licenciado para disputar o cargo eletivo, tem porte de arma e conhecimento técnico para diferenciar barulho de pólvora e pneu”, acrescentou o delegado.
Diante das evidências colhidas durante a investigação, a Polícia Civil chegou à conclusão de que o suposto tiro, na realidade, foi o som de um pneu de motocicleta estourando. Ainda segundo o delegado, o pneu foi avaliado e se constatou que ele já tinha 11 anos de uso, apesar de ter validade para no máximo 5.
Por fim, o candidato passou de vítima à indiciado por falsa comunicação de crime. Sendo assim, ele pode ser punido com detenção de um a seis meses ou multa.
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Nota oficial do candidato
A assessoria do político declarou que sua inocência será provada na Justiça. Confira o comunicado na íntegra.
A assessoria jurídica de APOLINARIO COSTA MORAIS, vem através desta nota prestar esclarecimentos, em relação aos fatos inverídicos difundidos através da imprensa na data de hoje.
Importante mencionar alguns pontos:
1- O Sr. Apolinário em momento algum, afirmou ter sofrido tentativa de homicídio, quem recebeu a informação dessa forma foi a própria polícia civil, que percebendo se tratar da informação de um estouro alto e com cheiro de queimado, acreditou se tratar de disparo de arma de fogo.
2- Em momento algum, em depoimento ou em fala pública, o Sr Apolinário se manifestou no sentido de que havia visto alguém armado, ou alguém atirando, o que ele afirma é se tratar de um barulho suspeito, e que nem ia fazer boletim de ocorrência, que somente foi porque o empresário que estava com ele, ficou muito assustado e resolveu ir a delegacia, o convidando para acompanhá-lo.
3- Apesar de o nosso cliente ter sofrido várias ameaças, nunca comunicou esses fatos em boletim de ocorrência, que somente foi à delegacia para acompanhar o empresário que estava com ele, que se encontrava muito assustado e com sequela no ouvido, acreditando se tratar de disparo de arma de fogo.
4- A polícia civil cometeu um erro grave ao indiciar o denunciante, pois não houve em sua conduta nenhuma intenção em comunicar um crime, até porque ele não afirmou se tratar de disparo de arma de fogo, sendo a maior prova o seu depoimento na delegacia. (anexo).
5- Ao final do processo será provada a inocência do nosso cliente, e será esclarecido que o fato do indiciamento não passa de um grande engano, e que em momento algum houve a afirmação de tentativa de homicídio, sendo a suspeita levantada pela própria polícia civil, que abriu inquérito para investigação.
Magno Luis da Silva Cardoso
OAB/PI 21903