A deputada federal Caroline de Toni (PL-SC) desafiou publicamente o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), ao reafirmar que será candidata ao Senado por Santa Catarina em 2026. A declaração confronta o acordo costurado pela cúpula do partido para apoiar a reeleição de Espiridião Amin (PP) e lançar o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro como nome bolsonarista no estado.
“Não pretendo recuar”, diz De Toni
Em entrevista à coluna de Igor Gadelha, no Metrópoles, a parlamentar foi categórica:
“Estamos há um ano das eleições, muita coisa pode acontecer. Independente do noticiário, mantenho a minha posição e intenção de concorrer. Não pretendo recuar.”
A fala contrasta com a posição de Valdemar, que já havia declarado que o PL pretende apoiar Amin para o Senado e “reservar” a vaga bolsonarista a Carlos.
Valdemar e o acordo com Amin
Segundo Valdemar, a prioridade é garantir a reeleição de Espiridião Amin:
“O Amin nós queremos: eu, o Bolsonaro, o governador Jorginho Mello (PL). A Carol é muito querida. Ela volta para deputada federal.”
A declaração irritou apoiadores da deputada, que veem na decisão uma tentativa de frear sua ascensão política dentro do partido.
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Apoio de Michelle Bolsonaro
Apesar da ordem do comando nacional, De Toni tem o respaldo de Michelle Bolsonaro, que já se referiu à catarinense como “minha senadora” nas redes sociais. Michelle mantém divergências com Carlos Bolsonaro e seu grupo desde o governo de Jair Bolsonaro.
Rejeição a Carlos em SC
Pesquisas recentes apontam dificuldades para a candidatura de Carlos Bolsonaro em Santa Catarina. Segundo levantamento da Noekemp, 52% dos eleitores afirmaram que não votariam no vereador carioca, enquanto apenas 34% disseram confiar nele para representar o estado em Brasília.
Nos cenários testados, Carol de Toni aparece à frente:
- De Toni: 18,5%
- Espiridião Amin: 15,9%
- Décio Lima (PT): 15%
Em simulações sem o petista, Carol empata com Amin em 22%, enquanto Júlia Zanatta (PL-SC) marca 10%.
Disputa aberta no bolsonarismo
A tensão entre De Toni, Valdemar e Carlos expõe a disputa interna no PL catarinense, que será decisiva para a formação da chapa da extrema direita no estado em 2026. A resistência à candidatura “importada” de Carlos deve aumentar a pressão sobre a direção nacional do partido.



