quinta-feira, 13/11/25 - 15:18:54
29.3 C
Rio de Janeiro
InícioPolíticaCentrão defende impunidade e articula volta do voto secreto para blindar parlamentares...
Perderam a Vergonha

Centrão defende impunidade e articula volta do voto secreto para blindar parlamentares que cometerem crimes

Centrão articula a volta do voto secreto para decisões sobre processos criminais contra parlamentares, revogando uma conquista histórica da transparência legislativa obtida em 2013 após o escândalo do caso Nathan Donadon. A medida está incluída na PEC da Blindagem, relatada pelo deputado Cláudio Cajado (PP-BA), e deve ser votada nesta terça-feira (16) pela Câmara dos Deputados.

A proposta prevê que deputados e senadores só poderão ser processados criminalmente com autorização da própria Casa Legislativa através de votação secreta. O mecanismo permitiria que parlamentares decidissem anonimamente sobre processos contra colegas, criando um ambiente propício ao corporativismo e à impunidade.

Como o voto secreto favoreceu a impunidade

O modelo de votação secreta já foi utilizado em 2013 para tentar salvar o mandato do então deputado Nathan Donadon, condenado a mais de 13 anos de prisão por desviar R$ 8,4 milhões da Assembleia Legislativa de Rondônia. Na ocasião, com o sigilo garantido, apenas 233 deputados votaram a favor da cassação, número insuficiente frente aos 257 votos necessários.

Diante da repercussão negativa e do escândalo de impunidade, o Congresso aprovou em seguida uma emenda constitucional que acabou com o sigilo em votações sobre perda de mandato em casos criminais. Na nova votação aberta, Donadon teve o mandato cassado por 467 votos a favor e apenas uma abstenção, comprovando como a transparência altera radicalmente o comportamento dos parlamentares.

Mais Notícias

Ex-ministro de Bolsonaro José Carlos Oliveira é investigado por desvios no INSS

Ex-presidente do INSS é investigado por desvios com descontos ilegais; ação inclui ex-ministro e envolve empresas suspeitas.

Senado reconduz Paulo Gonet à Procuradoria-Geral da República até 2027

Após votação apertada, Senado confirma Paulo Gonet para liderar PGR por mais dois anos com enfrentamento a temas jurídicos e políticos relevantes.

Quais as consequências da medida

PEC da Blindagem estabelece que, mesmo em casos graves que envolvam ameaças ao Estado Democrático de Direito, a decisão sobre prisão de parlamentares poderá ser tomada de forma secreta. Isso dificultaria enormemente a accountability política, pois os eleitores não saberiam como seus representantes votaram em questões cruciais para a democracia.

Além do voto secreto, a proposta prevê prazo de 90 dias para que o Legislativo se manifeste sobre a autorização de processos. Caso esse prazo não seja cumprido, o processo ficará paralisado – outro mecanismo de obstrução da Justiça que beneficia parlamentares investigados.

Por que a transparência importa

A volta do voto secreto representa um gigantesco retrocesso democrático. A transparência nas votações é fundamental para que a sociedade possa acompanhar como seus representantes decidem sobre questões éticas e jurídicas graves. O sigilo protege comportamentos corporativistas e impede que os eleitores punam nas urnas parlamentares que votam sistematicamente contra a accountability e a justiça.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), admitiu que apenas PSOL, PT e PCdoB se posicionaram contra a retomada do voto secreto, revelando o amplo apoio à medida entre partidos do centrão e da direita, que preferem o conforto do anonimato às responsabilidades da transparência.

Qual o impacto na luta anticorrupção

A medida seria um golpe devastador no combate à corrupção e na accountability dos agentes públicos. Ao permitir que parlamentares votem secretamente sobre processos contra colegas, o sistema cria incentivos perversos para a impunidade e o fisiologismo.

Historicamente, o voto secreto tem sido instrumento de preservação de privilégios e blindagem contra a Justiça. Sua reintrodução representaria a vitória do corporativismo sobre o interesse público e um recuo de uma década nas conquistas de transparência do legislativo brasileiro.

JR Vital
JR Vitalhttps://diariocarioca.com/
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.
Parimatch Cassino onlineParimatch Cassino onlineParimatch Cassino onlineParimatch Cassino online

Relacionadas

Ex-ministro de Bolsonaro José Carlos Oliveira é investigado por desvios no INSS

Ex-presidente do INSS é investigado por desvios com descontos ilegais; ação inclui ex-ministro e envolve empresas suspeitas.

Senado reconduz Paulo Gonet à Procuradoria-Geral da República até 2027

Após votação apertada, Senado confirma Paulo Gonet para liderar PGR por mais dois anos com enfrentamento a temas jurídicos e políticos relevantes.

Congresso homenageia policiais mortos durante a Operação Contenção

Governador e polícias CIvil e Militar do Rio também foram celebrados

Em sabatina no Senado, Gonet diz que não há criminalização da política

PGR recebe críticas de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro

Bolsonaro descarta Silas Malafaia e procura novo guru evangélico

Ex-presidente recebe bispo Robson Rodovalho em Brasília e deixa líder da Avec de lado

Mais Notícias

Assuntos:

Recomendadas