Brasília – Glauber Braga, deputado do PSOL-RJ, teve o parecer favorável à sua cassação aprovado pela Comissão de Ética da Câmara nesta terça-feira (9). O relatório, elaborado por Paulo Magalhães (PSD-BA), recebeu 13 votos a favor e 5 contrários.
O processo começou após representação do Partido Novo, que acusou Braga de quebra de decoro parlamentar por agredir, com chutes, um integrante do MBL nas dependências da Câmara, em abril de 2024.
Deputado contesta decisão e denuncia perseguição
Durante a tramitação do processo, Glauber Braga alegou sofrer perseguição política. Ele apontou o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), como responsável pela condução do caso e anunciou que entraria em greve de fome.
Na sessão da Comissão de Ética, realizada no mesmo dia da votação, o deputado reafirmou a acusação contra Lira e declarou:
“Não vou ser derrotado pelo Arthur Lira e pelo orçamento secreto.”
Luiza Erundina se junta ao protesto
A deputada Luiza Erundina, também do PSOL, decidiu acompanhar Braga na greve de fome. Aos 90 anos, ela se posicionou de forma solidária ao colega de partido e discursou contra o avanço do processo disciplinar.
Processo segue para a CCJ
Com a aprovação do parecer, o caso agora vai para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Se os integrantes da CCJ também aprovarem o relatório, o processo seguirá para o plenário da Câmara, onde serão necessários pelo menos 257 votos favoráveis para confirmar a cassação do mandato de Glauber Braga.
Portanto, o deputado ainda poderá recorrer à votação em plenário, onde o desfecho dependerá do apoio político que reunir entre os colegas.
Entenda o caso em 5 pontos
- A Comissão de Ética aprovou parecer favorável à cassação de Glauber Braga.
- O processo se refere a um episódio em que o deputado expulsou um membro do MBL com chutes.
- O Partido Novo apresentou a denúncia por quebra de decoro parlamentar.
- Glauber acusa Arthur Lira de perseguição política e iniciou greve de fome.
- O caso segue agora para análise da CCJ e, se aprovado, para votação no plenário da Câmara.