Deputados bolsonaristas aumentaram a pressão na Câmara dos Deputados para que o projeto de anistia aos golpistas de 8 de janeiro de 2023 seja votado. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), resiste à pressão e evita pautar o texto. Em resposta, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro ameaçam obstruir votações.
Líderes partidários concordam com a estratégia de Hugo Motta e consideram que não é o momento adequado para discutir a anistia. Apesar disso, o projeto tem apoio da maioria das bancadas. Os bolsonaristas insistem que a votação deve ocorrer diretamente no plenário, através de um requerimento de urgência.
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Coleta de assinaturas e estratégia do PL
O PL, partido de Bolsonaro, tenta acelerar a tramitação do projeto. Os deputados da sigla já reuniram 156 assinaturas, mas precisam de 257 para aprovar o requerimento de urgência. Apenas a bancada do partido tem 92 deputados.
Aliados de Hugo Motta defendem resistir à pressão e empurrar o projeto para uma comissão especial, onde a tramitação é mais lenta.
Ameaça de obstrução nas votações
Os bolsonaristas articulam o uso de manobras regimentais para impedir o andamento dos trabalhos no Congresso. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que a obstrução será conduzida de forma estratégica.
“Estamos botando lentamente as matérias de importância para o país”, disse Sóstenes.
Até o momento, os bolsonaristas não conseguiram impedir votações importantes, como a Lei da Reciprocidade, que teve apoio de governistas e ruralistas. Além disso, as comissões da Câmara aprovaram listagens de emendas de comissão, uma medida que atende ao ministro do STF Flávio Dino para liberação de recursos.
Segundo Sóstenes Cavalcante, o PL optou por apoiar a votação das emendas, mas “a contragosto”.
“A gente gostaria de obstruir ali, mas analisamos que isso poderia ser o famoso tiro no pé nosso e perder votos para a anistia porque os deputados teriam suas emendas não pagas”, explicou Sóstenes.
Entenda o caso: a disputa pela anistia aos atos de 8 de janeiro
- Bolsonaristas pressionam a Câmara para votar anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023.
- O presidente da Câmara, Hugo Motta, evita pautar o tema e busca uma tramitação mais lenta.
- O PL coletou 156 assinaturas, mas precisa de 257 para levar a votação diretamente ao plenário.
- Parlamentares bolsonaristas ameaçam travar votações para pressionar Motta.
- A estratégia de obstrução não impediu aprovação da Lei da Reciprocidade e de emendas de comissão.
- Flávio Dino, ministro do STF, pediu a liberação de recursos para as emendas.