Controvérsia estética

Deputada Bolsonarista que foi chamada de feia tenta reverter proibição do fenol

Projeto visa suspender resolução da Anvisa sobre uso estético

A deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) – Reprodução/Câmara dos Deputados
A deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC) – Reprodução/Câmara dos Deputados

Brasília – A deputada federal Júlia Zanatta (PL-SC), que foi chamada de feia e ultrapassada pela também deputada Erika Hilton, apresentou um projeto de decreto legislativo, sem nenhum embasamento cientifico, para suspender a resolução da Anvisa que proíbe o uso de produtos à base de fenol em procedimentos de saúde e estéticos.

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O que você precisa saber:

  • A Anvisa proibiu o uso de fenol após morte de homem em São Paulo
  • O projeto da deputada critica o “teor excessivo” da proibição
  • O Conselho Federal de Medicina considera a resolução excessiva
  • O projeto ainda não tem prazo para ser votado na Câmara

Contexto da proibição

A Anvisa proibiu a importação, fabricação, manipulação, comercialização, propaganda e uso de produtos à base de fenol. Portanto, a medida surgiu após um incidente trágico em São Paulo, onde um homem de 27 anos faleceu devido a complicações de um peeling de fenol.

Argumentos do projeto

Júlia Zanatta defende “o uso terapêutico e o impacto positivo do uso da substância”. Além disso, a deputada cita o Conselho Federal de Medicina, que considera a resolução excessiva.

Posição do Conselho Federal de Medicina

O CFM entende a preocupação da Anvisa em reduzir riscos. Contudo, considera a proibição total excessiva, especialmente para médicos capacitados.

Peeling de fenol

O peeling de fenol é um procedimento autorizado no país. É indicado para tratar envelhecimento facial severo, caracterizado por rugas profundas e textura da pele consideravelmente comprometida, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). A técnica, executada de forma correta e seguindo as orientações, traz resultados na produção de colágeno e redução significativa de rugas e manchas, conforme a entidade.

A sociedade médica considera o procedimento invasivo e agressivo, por isso a realização em toda a face demanda extrema cautela. “É importante ressaltar que o procedimento apresenta riscos e tempo de recuperação prolongado, exigindo afastamento das atividades habituais por um período estendido”, informa.

Cuidados a serem tomados

Antes de se submeter a qualquer procedimento clínico ou dermatológico que utiliza diferentes ácidos ou fórmulas, a recomendação da entidade médica é que o paciente busque consultar um dermatologista. “Este profissional está capacitado para preparar a pele, avaliar adequadamente suas condições e indicar a melhor abordagem individualizada para cada caso, além de orientar sobre os cuidados necessários para evitar as possíveis complicações”.

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A orientação é que seja conduzido por médicos habilitados e em ambiente hospitalar. O paciente deve fazer exames prévios, estar anestesiado no momento do procedimento e ficar sob monitoramento cardíaco durante a execução do processo.

“Antes de fazer esse peeling, tem que avaliar o paciente. Se ele tem uma disfunção cardíaca, ele é contraindicado a fazer este tipo de peeling. Tem que ter uma avaliação cardiológica, exames antes e complementares para realizar esse procedimento”, explica a dermatologista Gisele Petrone, do Departamento de Cosmiatria da SBD, em entrevista à TV Brasil

Riscos

A Sociedade de Dermatologia alerta ainda que o procedimento, por ser invasivo, pode apresentar riscos à saúde, como no coração, fígado e rim. 

De acordo com a instituição, devido ao uso de um composto tóxico absorvido pela pele e, consequentemente, pela corrente sanguínea, são necessárias precauções rigorosas.

“É possível que ocorram complicações, como dor intensa, cicatrizes, alterações na coloração da pele, infecções e até mesmo problemas cardíacos imprevisíveis, independentemente da concentração, do método de aplicação e da profundidade atingida na pele”.

Com Informações da Agência Brasil