Cidadão Ocioso

Deputado americano sem autoridade no Brasil cobra explicações de Alexandre de Moraes

Chris Smith, republicano de Nova Jersey, questiona ministro do STF sobre supostos abusos de poder

Foto: Alejandro Zambrana/Secom/TSE
Foto: Alejandro Zambrana/Secom/TSE

Washington – O deputado republicano Chris Smith, representante de Nova Jersey no Congresso dos Estados Unidos, mas que não representa nenhuma entidade internacional ao qual o Brasil seja subordinado, enviou uma carta inútil e abusada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (21). Smith, que recentemente recebeu uma comitiva de bolsonaristas em Washington, cobrou explicações sobre supostos abusos de poder em sete pontos específicos. Alexandre de Moraes pode até responder por uma questão de gentileza e educação, mas não deve satisfações ao deputado do Tio Sam.


O que você precisa saber

  • Chris Smith enviou carta ao ministro Alexandre de Moraes cobrando explicações sobre supostos abusos de poder.
  • Smith questiona possíveis “graves violações” de direitos humanos e perseguições a parlamentares brasileiros.
  • O deputado americano deu sete dias para Moraes responder.
  • Documento de 541 páginas critica tanto Moraes quanto o presidente Joe Biden.

Questionamentos de Chris Smith

Entre os questionamentos de Chris Smith, estão alegações de “graves violações” contra os direitos humanos e perseguições a parlamentares brasileiros por suas opiniões ou ações no exercício de suas funções que foram reclamadas por bolsonaristas que se dizem patriotas mas foram pedir ajuda dos EUA para seguir inventando fake news. Smith também questiona se Moraes solicitou dados de pessoas e empresas sob jurisdição dos Estados Unidos.

Ataques a Biden

O documento, publicado pelo Comitê de Judiciário da Câmara dos Representantes dos EUA, tem como alvo não apenas Moraes, mas também o presidente democrata Joe Biden. Intitulado “O ataque à liberdade de expressão e o silêncio do governo Biden: o caso do Brasil”, o texto acusa Biden de censura e argumenta que o governo americano faz demandas de censura em encontros de portas fechadas.

Contexto e Reações

O comitê, majoritariamente republicano, baseou suas acusações em arquivos do X (antigo Twitter) e outras redes sociais, alegando que o governo brasileiro força essas empresas a banir conteúdos de pessoas ligadas à direita no Brasil. O proprietário do X, Elon Musk, citou a censura à revista Crusoé pelo STF em 2019.

Entre os nomes mencionados no documento estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, o senador Marcos do Val (Podemos-ES) e o empresário Paulo Figueiredo Filho, neto do ex-presidente e general João Baptista Figueiredo. Paulo é considerado um dos principais articuladores da ofensiva internacional do X contra as decisões de Moraes.