Deputados bolsonaristas ironizam alta do dólar no Congresso

Redacao Por Redacao - Equipe
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Brasília – Um grupo de deputados bolsonaristas, incluindo Rosângela Moro (União Brasil), celebrou a alta histórica do dólar nesta quarta-feira (18) durante sessão na Câmara dos Deputados. Eles exibiram cédulas gigantes fictícias com o valor de “R$ 6,20” e a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ironizando o aumento da moeda americana, que encerrou o dia cotada a R$ 6,267, novo recorde nominal. A ação ocorreu enquanto o plenário discutia medidas do pacote de corte de gastos.

A repercussão do episódio levou a Advocacia-Geral da União (AGU) a acionar a Polícia Federal (PF) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para apurar possíveis crimes contra o mercado financeiro. Segundo a Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia (PNDD), a disseminação de boatos sobre política monetária prejudicou a estabilidade cambial e causou sérios impactos no mercado.

Ironia no plenário

Os deputados bolsonaristas utilizaram as notas fictícias como forma de protesto e crítica ao aumento do dólar. A alta da moeda aconteceu no contexto de discussões sobre o pacote fiscal, que visa reduzir os gastos públicos. As imagens da manifestação circularam amplamente nas redes sociais, gerando diferentes reações.

Investigação da AGU

A AGU afirmou que boatos divulgados em redes sociais sobre o Banco Central e Gabriel Galípolo, indicado para a presidência da instituição, interferiram na estabilidade do mercado. Uma postagem viral no Twitter, que depois foi deletada, atribuía a Galípolo a intenção de reduzir o dólar a R$ 5,00 até 2025.

https://twitter.com/i/status/1869698606116311243

De acordo com a AGU, essas ações podem configurar crimes previstos no artigo 27-C da Lei 6.385/76, que regula o mercado de capitais. “Há uma relação direta entre a cotação de moedas estrangeiras e os valores mobiliários negociados em bolsas de valores”, destacou a instituição em nota.

Repercussão nas redes sociais

A mensagem atribuída a Gabriel Galípolo foi amplamente compartilhada antes de a conta responsável ser apagada. Segundo a PNDD, a viralização do boato prejudicou a confiança do mercado, com reflexos imediatos na cotação do dólar. A PF e a CVM investigam a origem da informação e seus possíveis autores.

Entenda o caso: alta do dólar e investigações

  • Evento no Congresso: Deputados bolsonaristas ironizaram o aumento do dólar com notas fictícias;
  • Impactos no mercado: O dólar atingiu R$ 6,267, novo recorde nominal;
  • Boatos nas redes: Declarações falsas atribuídas a Gabriel Galípolo causaram instabilidade;
  • Ação da AGU: Investigação aberta para apurar possíveis crimes contra o mercado de capitais;
  • Lei aplicável: Crimes previstos no artigo 27-C da Lei 6.385/76
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