Brasília – O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou o sigilo do processo que investiga três deputados do Partido Liberal (PL) por suposto desvio de verbas de emendas parlamentares. A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Pastor Gil (PL-MA) e Bosco Costa (PL-SE), acusando-os de envolvimento em um esquema de repasse irregular de recursos.
De acordo com a PGR, os parlamentares negociaram pelo menos R$ 7 milhões em emendas. As provas incluem mensagens trocadas via WhatsApp, depoimentos e documentos obtidos em buscas judiciais.
Investigação revela mensagens e movimentações bancárias
A denúncia aponta que os deputados comercializavam emendas, repassando valores a terceiros. Em uma das mensagens, Josimar Maranhãozinho questiona a titularidade de uma conta indicada para o recebimento dos recursos.
O vice-procurador-geral da República, Hindemburgo Chateaubriand, destacou a gravidade do caso:
— Os elementos informativos que a embasam são robustos. Englobam mensagens trocadas pelos denunciados por meio do aplicativo WhatsApp, depoimentos de testemunhas e vasta documentação apreendida — afirmou a PGR.
Deputados alegam falta de acesso às provas
Na defesa prévia, os parlamentares alegaram que a denúncia não descreve com precisão os atos ilícitos. Segundo eles, a falta de acesso às provas configura cerceamento de defesa.
Além desse caso, o STF analisa cerca de 20 investigações sobre o uso irregular de emendas. O ministro Flávio Dino marcou uma audiência para o dia 27 de fevereiro, com a presença dos presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, para discutir as medidas judiciais em andamento.
Entenda o caso: desvio de emendas parlamentares
- Quem são os investigados? Josimar Maranhãozinho, Pastor Gil e Bosco Costa, todos do PL.
- Qual a acusação? Comercialização de emendas parlamentares e desvio de ao menos R$ 7 milhões.
- O que diz a PGR? A denúncia se baseia em mensagens de WhatsApp, testemunhos e documentos.
- O que alegam os deputados? Eles dizem não ter acesso às provas e falam em cerceamento de defesa.
- O que acontece agora? O STF avaliará a denúncia e realizará uma audiência no fim de fevereiro.