Washington – O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) intensificou os ataques contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), durante uma visita aos Estados Unidos. A declaração, feita por vídeo, gerou forte repercussão entre os investigados no inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado.
O parlamentar anunciou seu afastamento do cargo e afirmou que seu foco seria “buscar as justas punições a Alexandre de Moraes e sua Gestapo da Polícia Federal”, comparando a instituição à polícia secreta nazista.
Conflito cresce antes do julgamento no STF
A ofensiva ocorre dias antes do julgamento que pode tornar Jair Bolsonaro (PL), Walter Braga Netto e outros seis investigados réus. A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o ex-presidente e outras 33 pessoas por crimes como golpe de Estado, formação de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e dano qualificado contra patrimônio público.
Investigados temem impacto nas estratégias de defesa
Advogados que representam os investigados temem que a postura de Eduardo Bolsonaro agrave a relação com o STF, dificultando qualquer negociação nos bastidores. Para três juristas ouvidos sob sigilo, a retórica agressiva pode influenciar negativamente o julgamento. “Se Moraes atender qualquer pedido de defesa agora, parecerá que cedeu às ameaças”, disse um advogado.
Outro defensor afirmou que o comportamento do grupo pode comprometer a estratégia jurídica. “Isso gera animosidade com o STF e o relator. Bolsonaro também não adota um tom conciliador, o que prejudica a defesa. É uma novela política sem previsibilidade.”
Eduardo Bolsonaro na mira do STF
Além das recentes declarações, Eduardo Bolsonaro já é alvo do inquérito das fake news, sob relatoria de Moraes. O parlamentar também foi investigado por ofender o delegado Fábio Shor, responsável pelo indiciamento de Bolsonaro no caso da tentativa de golpe. Esse processo está sob a relatoria do ministro Flávio Dino, aliado de Moraes.
No mês passado, Eduardo fez uma postagem polêmica: “Prefiro perder minha aposentadoria da Polícia Federal, meu porte de arma e minha carteira funcional do que ser obrigado a chamar de ‘democracia’ um país onde um deputado não pode criticar um delegado federal que prende mães de família como terroristas”.
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Entenda o caso: Eduardo Bolsonaro e os ataques ao STF
- Ataque nos EUA: Eduardo Bolsonaro criticou Alexandre de Moraes e comparou a Polícia Federal à Gestapo.
- Julgamento no STF: Em poucos dias, a Corte decidirá sobre a denúncia da PGR contra Bolsonaro e aliados.
- Impacto na defesa: Advogados temem que a postura do deputado prejudique estratégias jurídicas.
- Investigações em andamento: Eduardo já é alvo no inquérito das fake news e por ataques a um delegado federal.