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Eduardo Bolsonaro promoveu criptomoeda antes de escândalo de Milei

Deputado divulgou Patriota Coin, que perdeu 44% do valor em uma semana

Redacao
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Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

Brasília – Pouco antes da fraude financeira envolvendo o presidente da Argentina, Javier Milei, vir à tona, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) promoveu a criptomoeda Patriota Coin. A moeda digital, inspirada em ideais bolsonaristas, teve uma forte alta após a divulgação do parlamentar, mas logo despencou, gerando preocupação entre investidores.

Criada em fevereiro, a Patriota Coin se valorizou rapidamente com o apoio de Eduardo. No entanto, em poucos dias, entrou em queda, registrando uma desvalorização de 44% na última semana. O caso reacende o debate sobre os riscos de investimentos em ativos especulativos.

A estratégia política por trás da criptomoeda

A divulgação da moeda faz parte de um movimento de aliados de Jair Bolsonaro para criticar o Drex, moeda digital que será lançada pelo Banco Central. Eles tentam transformar o tema em uma nova “crise do Pix” contra o governo Lula, ignorando que o projeto foi desenvolvido durante a gestão de Roberto Campos Neto, indicado pelo ex-presidente.

Em 1º de fevereiro, Eduardo compartilhou informações sobre a Patriota Coin em suas redes sociais. A moeda é classificada como “memecoin”, sem lastro real, baseada no engajamento de comunidades em torno de um tema específico. Nesse caso, o vínculo é com valores como “liberdade” e “patriotismo”.

Eduardo Bolsonaro defende criptomoedas e ataca o Drex

Na mesma data em que promoveu a criptomoeda, o deputado criticou a moeda digital oficial do Brasil. “As cripto representam liberdade. O dinheiro fica no seu bolso e não pode ser desvalorizado por um presidente ou pelo Banco Central. Além disso, permitem transações internacionais sem taxas”, declarou.

Outra política bolsonarista, Julia Zanatta (PL-SC), também se posicionou contra o Drex. A deputada criou um abaixo-assinado alegando que a moeda digital permitiria ao Banco Central monitorar transações financeiras de forma “invasiva”. “Cada movimento seu será rastreado, e bastará um clique para bloquearem sua conta”, diz o texto da campanha.

Banco Central rebate críticas ao Drex

O Banco Central negou que o Drex ameace a privacidade ou liberdade financeira dos brasileiros. Segundo a instituição, a moeda digital funcionará como uma plataforma para pagamentos e contratos financeiros, sem substituir o Pix ou o dinheiro físico.

As transações realizadas com Drex seguirão os mesmos padrões de privacidade das operações com cartão de crédito e transferências bancárias.

Patriota Coin perdeu metade do valor inicial

Após atrair mais de R$ 2 milhões em investimentos nas primeiras 24 horas, a criptomoeda Patriota Coin perdeu mais de metade desse valor em poucos dias. O caso reforça a volatilidade extrema das memecoins, que podem gerar ganhos rápidos, mas também grandes prejuízos.

Um exemplo similar ocorreu com a SQUID Coin, inspirada na série Round 6 da Netflix. A moeda disparou para US$ 2,8 mil antes de despencar para US$ 0,0007 em minutos, deixando investidores no prejuízo.

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