Brasília – Dados da Câmara dos Deputados mostram que Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em três mandatos, aprovou apenas três projetos de lei. A informação foi obtida via Lei de Acesso à Informação e evidencia um baixo desempenho legislativo. O deputado recentemente se licenciou do cargo e viajou para os Estados Unidos.
Desde fevereiro de 2015, quando assumiu o primeiro mandato, Eduardo Bolsonaro conseguiu aprovar, em média, uma lei a cada três anos e três meses. Os projetos aprovados são:
- Em 2016, coautoria em projeto do PT que permitia o uso da fosfoetanolamina sintética por pacientes com câncer;
- No mesmo ano, proposta de sua autoria que criou o Dia Nacional da Pessoa com Atrofia Muscular Espinhal;
- Em 2021, resolução que instituiu o Grupo Parlamentar Brasil-Bahrein.
Atuação discreta no Congresso
Uma análise do Brasil de Fato mostra que o primeiro ano de Eduardo Bolsonaro no Congresso foi o mais produtivo, com 118 proposições apresentadas. Em 2023, ele participou de 341 propostas, sendo apenas sete Projetos de Lei. Em 2024, esse número caiu para 124 antes do pedido de licença.
Especialistas analisam desempenho
O cientista político Paulo Niccoli Ramirez, da FESPSP, avalia que Eduardo Bolsonaro concentrou sua atenção em estratégias de comunicação digital e alianças políticas externas:
“Ele esteve mais preocupado em manter uma postura panfletária nas redes sociais e em articulações políticas com grupos internacionais”, afirma.
Já Rudá Ricci, do Instituto Cultiva, aponta que Eduardo seguiu os passos do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL):
“Assim como o pai, que passou 25 anos na Câmara sem aprovar projetos relevantes, ele também teve uma atuação irrelevante para a cidadania”.
Comparativo com outros deputados
Em 2024, Eduardo Bolsonaro apresentou apenas três projetos de lei individuais. No mesmo período, a deputada Erika Hilton (PSOL-SP) participou de 538 propostas legislativas, com 15 projetos de lei de sua autoria. Hilton foi eleita melhor parlamentar do ano pelo prêmio Congresso em Foco.
Licença e viagem aos EUA
O deputado se licenciou do cargo em 18 de março de 2025 e viajou para os Estados Unidos, alegando falta de segurança para retornar ao Brasil. Durante sua estadia, tem se dedicado a mobilizar apoio político internacional em causas bolsonaristas, como a pressão por anistia aos investigados pelos atos de 8 de janeiro e sanções ao ministro Alexandre de Moraes.
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Entenda o caso: Eduardo Bolsonaro e sua atuação na Câmara
- Três projetos aprovados em dez anos de mandato;
- Atividade legislativa reduzida ao longo do tempo;
- Especialistas apontam foco em redes sociais e alianças internacionais;
- Desempenho inferior ao de outros parlamentares ativos;
- Licença do mandato e viagem aos EUA para articulação política.
