sábado, fevereiro 22, 2025

Eduardo Bolsonaro tinha “tropa civil” de CACs para ajudar no golpe, disse Mauro Cid

Eduardo Bolsonaro: deputado federal tinha “tropa civil” de CACs para ajudar na trama golpista. Foto: Reprodução
Eduardo Bolsonaro: deputado federal tinha “tropa civil” de CACs para ajudar na trama golpista. Foto: Reprodução

Brasília – O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), revelou em delação premiada que o ex-presidente ouviu conselhos de um grupo radical que sugeria a utilização de Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores (CACs) como uma “tropa civil” em um eventual golpe de Estado.

As informações foram prestadas à Polícia Federal e vieram a público após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirar o sigilo do depoimento na última quarta-feira (19).

Eduardo Bolsonaro e a conexão com CACs

Segundo Cid, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) era a principal ponte com os CACs e teria a responsabilidade de mobilizá-los. Ele afirmou que os integrantes do grupo radical acreditavam que esses atiradores civis apoiariam Bolsonaro “em uma tomada de decisão” caso o ex-presidente ordenasse um golpe.

Ainda conforme o depoimento, os aliados de Bolsonaro pressionavam para que ele assinasse um decreto instaurando estado de sítio no país. A ideia era que, com essa medida, haveria uma resposta favorável da população e dos CACs, garantindo suporte armado ao ex-presidente.

Grupo pressionava Bolsonaro

Entre os nomes citados por Mauro Cid como incentivadores dessa estratégia estavam:

  • Eduardo Bolsonaro
  • Onyx Lorenzoni
  • Jorge Seiff
  • Gilson Machado
  • Magno Malta
  • General Mario Fernandes
  • Michelle Bolsonaro

O grupo, segundo a delação, instigava Jair Bolsonaro a dar um golpe e utilizava discursos sobre uma suposta necessidade de intervenção para garantir sua permanência no poder.

Convocação de CACs na campanha eleitoral

A influência de Eduardo Bolsonaro sobre os CACs já era pública desde a campanha de 2022. Em 5 de setembro daquele ano, o deputado usou as redes sociais para chamar proprietários de armas e frequentadores de clubes de tiro a atuarem como “voluntários de Bolsonaro” na campanha de reeleição do então presidente.

Na ocasião, publicou no Twitter, hoje X: “Você comprou arma legal? Tem clube de tiro ou frequenta algum? Então você tem que se transformar num voluntário de Bolsonaro. Peça ao seu candidato a deputado federal adesivos e santinhos do Presidente, distribua. Em SP eu te envio. Acesse e peça”.

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