Brasília – O deputado bolsonarista Zacharias Calil (União-GO) levou ao plenário da Câmara uma barriga inflável e um boneco que simula um bebê para demonstrar como funciona um aborto. O episódio ocorreu durante uma sessão conjunta do Congresso Nacional nesta terça-feira (28).
O que você precisa saber
- Simulação no plenário: Zacharias Calil usou uma barriga inflável e um boneco para criticar decisão do STF.
- Contexto: A ação foi uma resposta à suspensão, pelo ministro Alexandre de Moraes, de uma resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM).
- Declarações de Calil: Chamando o boneco de “criança”, o deputado defendeu a proibição do aborto, comparando-o a “feticídio”.
- Norma do CFM: Proíbe técnicas específicas para interromper gravidez após 22 semanas em casos de estupro.
- Reação do CFM: Conselho recorreu da decisão de Moraes após ação movida pelo PSOL.
Declarações de Zacharias Calil
Durante a simulação, Zacharias Calil chamou o boneco de “criança” e criticou veementemente a decisão do STF. “Isso é feticídio. Nós não podemos permitir que isso aconteça com nossas crianças. Isso é proibido no Conselho Federal de Veterinária, em animais, isso é proibido na pena de morte,” afirmou o deputado. Ele também destacou a opção da adoção: “O pessoal critica, mas nós temos a adoção. Pode levar a gestação até o final. Existe uma fila de adoção que vai daqui até Goiânia”.
Contexto da Suspensão
A norma do CFM proíbe a utilização da técnica clínica de assistolia fetal, injeção de uma solução de cloreto de potássio e de lidocaína no coração do feto, para interromper uma gravidez acima de 22 semanas após um estupro. A medida foi suspensa pelo ministro Alexandre de Moraes após ação movida pelo PSOL, e o conselho recorreu da decisão na última segunda-feira (27).
Histórico da Norma
A resolução do CFM foi criada após uma nota técnica do Ministério da Saúde que autorizava o aborto em casos de estupro até nove meses. Posteriormente, a pasta revogou a medida, levando à criação da resolução do conselho.