Entidades de candomblé e organizações de matriz africana solicitaram uma reunião com o presidente Lula para discutir o que consideram um “descaso total” da ministra Anielle Franco. O ponto central das críticas é a demissão de Yuri Silva, ex-titular do Sinapir, considerado defensor das religiões afro-brasileiras. As organizações afirmam que a falta de diálogo com os terreiros enfraquece as políticas de igualdade racial. O Ministério da Igualdade Racial respondeu que não recebeu a carta formalmente e defendeu o direito de nomeação e exoneração em cargos de confiança.
Brasília – Entidades de candomblé e organizações de matriz africana enviaram uma carta ao presidente Lula denunciando um “descaso total” da ministra Anielle Franco, responsável pelo Ministério da Igualdade Racial.
O documento, assinado por cem organizações, expressa insatisfação com a condução da ministra e solicita uma reunião com o presidente para discutir a gestão atual.
Os grupos destacam a demissão de Yuri Silva, ex-titular do Sinapir (Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial), como um dos principais pontos de conflito. Silva era associado ao ex-ministro Silvio Almeida, retirado do cargo após acusações de importunação sexual. As organizações argumentam que Silva desempenhava um papel fundamental na defesa das religiões de matriz africana e que sua saída enfraquece o diálogo com os terreiros.
O que levou ao pedido das entidades?
As entidades criticam a falta de diálogo da ministra com os grupos de matriz africana e a demissão de membros da equipe, como Yuri Silva. Afirmam que essa postura fragiliza as políticas de igualdade racial e compromete os avanços conquistados nos governos anteriores. A carta solicitando audiência direta com Lula é vista como um esforço para trazer de volta o foco nas demandas dos terreiros.
Qual é a resposta do Ministério da Igualdade Racial?
O Ministério da Igualdade Racial informou que ainda não recebeu formalmente a carta das entidades e que tomou conhecimento da denúncia por mensagens de WhatsApp. Além disso, defendeu o direito da ministra de nomear e exonerar servidores, destacando que mudanças em cargos de confiança fazem parte de qualquer gestão.
O que está em jogo?
A tensão entre as organizações de matriz africana e o ministério se intensificou com a demissão de Yuri Silva, figura importante na defesa das religiões afro-brasileiras. As entidades acreditam que a falta de diálogo ameaça políticas voltadas para a promoção da igualdade racial e a proteção dos terreiros.
Perguntas frequentes sobre a polêmica envolvendo Anielle Franco e as entidades de candomblé
Por que as entidades criticam Anielle Franco?
As organizações de matriz africana apontam um “descaso total” da ministra com os terreiros, especialmente pela demissão de membros importantes e falta de diálogo com as lideranças religiosas.
Qual foi o papel de Yuri Silva no Sinapir?
Yuri Silva era considerado uma figura chave na defesa das religiões afro-brasileiras dentro do Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial, e sua demissão gerou insatisfação entre as entidades.
O que o Ministério da Igualdade Racial disse sobre as críticas?
O ministério afirmou que ainda não recebeu a carta oficialmente e defendeu as decisões de exoneração como parte da prerrogativa da ministra em cargos de confiança.