Brasília – A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) apresentou, nesta terça-feira (26), uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para acabar com a escala de trabalho 6×1, na qual o trabalhador folga apenas um dia na semana. A proposta recebeu 234 assinaturas de deputados, superando o mínimo de 171 necessárias para tramitação. Além disso, Hilton planeja uma reunião com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), para discutir o tema.
PEC propõe nova jornada de trabalho
A proposta de Hilton visa não apenas extinguir a escala 6×1, mas também sugere uma jornada reduzida no modelo 4×3. Contudo, a deputada reconhece que a medida também pode levar a um formato 5×2, já adotado em alguns setores. “A proposta foi feita para negociar um meio-termo, como a escala 5×2”, afirmou Hilton.
O texto conta com o apoio de movimentos sociais e sindicais, que participaram da sua elaboração. Durante o protocolo da PEC, Hilton estava acompanhada pelo vereador Rick Azevedo (PSOL-RJ) e representantes do Movimento Vida Além do Trabalho (VAT).
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Mobilização nacional e resistência no Congresso
Hilton anunciou um calendário de mobilização nacional para defender o fim da escala 6×1. Ações estão programadas em cidades como Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Fortaleza e Manaus. Atividades incluem panfletagens e debates públicos sobre os impactos da escala na qualidade de vida dos trabalhadores.
A PEC enfrenta oposição no Congresso, especialmente entre parlamentares ligados ao empresariado, que argumentam que a redução da jornada pode aumentar custos e comprometer a produtividade. Por outro lado, Hilton defende que a mudança pode beneficiar tanto trabalhadores quanto empresas. “Precisamos avançar para um modelo de trabalho mais humano”, declarou.
Debate global sobre redução da jornada
A proposta de Hilton se insere em um debate global sobre redução da jornada de trabalho. Países como Islândia, Suécia e Nova Zelândia adotaram ou testaram modelos de trabalho de quatro dias por semana, com resultados positivos em produtividade e bem-estar. No Brasil, a discussão ganha força, especialmente após a pandemia de Covid-19, que impulsionou mudanças no mercado de trabalho.