O senador Fabiano Contarato (PT-ES) foi eleito presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado nesta terça-feira (4), em votação secreta que terminou 6 votos a 5 contra o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), que ficou como vice-presidente. Por acordo, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) será o relator da comissão, responsável por conduzir os trabalhos.
Perfil dos membros e objetivo da CPI
Contarato, delegado de polícia por 27 anos, traz experiência técnica para a presidência e prometeu conduzir investigações com independência, mesmo pertencendo à base governista. A CPI foi instalada em meio à repercussão da operação policial no Rio de Janeiro, que resultou em massacre e prisões em massa de integrantes do Comando Vermelho (CV).
A comissão terá 120 dias para investigar a estrutura, avanço e financiamento de facções criminosas como o Comando Vermelho e o Primeiro Comando da Capital (PCC), além das milícias que atuam em diversas regiões do país. O foco será entender a infiltração dessas organizações no setor público e propor mudanças legislativas para enfrentar o problema.
Declarações e funcionamento
Durante a instalação, Contarato afirmou que a CPI deverá trabalhar “sem palanque político”, com base em dados e fatos, evitando disputas ideológicas. Alessandro Vieira reforçou que o trabalho será técnico e que pretende propor medidas concretas para modernizar a legislação e a inteligência no combate ao crime organizado.
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A CPI contará com 11 membros titulares e 7 suplentes, incluindo nomes ligados tanto ao governo quanto à oposição, gerando ambiente de potencial tensão política, mas também técnico, dada a formação dos participantes, que têm histórico policial.
Repercussão e contexto político
A criação da CPI e a escolha de seu comando refletem a disputa entre governo e oposição sobre a agenda de segurança pública, um tema central na agenda política atual. A comissão nasce com o desafio de enfrentar a violência crescente, marcada por massacres, domínio territorial de facções e corrupção, assim como a pressão da sociedade por respostas eficazes.
JR Vital é jornalista e editor do Diário Carioca. Formado no Rio de Janeiro, pela faculdade de jornalismo Pinheiro Guimarães, atua desde 2007, tendo passado por grandes redações.





