Brasília – O deputado Gilvan da Federal (PL-ES) pediu desculpas públicas nesta terça-feira (9) após afirmar, em sessão da Comissão de Segurança Pública, que desejava a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A retratação ocorreu no plenário da Câmara, um dia depois da declaração.
Durante a fala, o parlamentar reconheceu o exagero. No entanto, reforçou sua posição política contra Lula e disse que o presidente deveria estar preso. Gilvan justificou o recuo com base em princípios cristãos e ensinamentos familiares.
Declaração polêmica na Comissão
Na segunda-feira (8), o deputado declarou, por três vezes, que queria que Lula morresse. A sessão discutia um projeto de lei sobre o desarmamento da segurança presidencial.
Gilvan afirmou:
“Nem o diabo quer o Lula, é por isso que ele está vivendo aí, superou o câncer. Tomara que tenha uma taquicardia (…). E eu quero mais é que ele morra mesmo.”
A fala causou forte repercussão no Congresso e em órgãos do governo.
AGU aciona PF e MP
Após as declarações, a Advocacia-Geral da União (AGU) pediu à Polícia Federal e ao Ministério Público que investiguem o caso. A AGU avalia que as falas podem representar incitação ao crime e ameaça, além de ultrapassarem os limites da imunidade parlamentar.
Portanto, a conduta do deputado pode levar a consequências jurídicas.
Projeto sobre segurança presidencial avança
O comentário ocorreu durante o debate de um projeto do deputado Paulo Bilynskyj (PL-SP), que propõe o desarmamento da segurança do presidente da República.
Gilvan é o relator da proposta na comissão. O texto foi aprovado, mas ainda precisa tramitar em outras duas comissões antes de ir ao Senado Federal.
Flávio Bolsonaro critica postura de Gilvan
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, criticou a atitude do colega de partido. Disse que o comportamento do deputado é inaceitável:
“Não é a postura que se espera de um parlamentar que está ali para discutir as coisas sérias do Brasil.”
Condenação por violência política de gênero
Além do episódio atual, Gilvan da Federal já recebeu uma condenação por violência política de gênero.
O caso aconteceu em 2021, quando o deputado ainda era vereador. Em uma sessão da Câmara Municipal de Vitória, ele chamou a vereadora Camila Valadão (PSOL-ES) de “satanista” e “assassina de crianças”.
Em março deste ano, a Justiça Eleitoral o condenou por esse comportamento.
Entenda o caso de Gilvan da Federal
- Deputado declarou desejar a morte de Lula em sessão pública
- AGU acionou a Polícia Federal e o MP para investigar
- Gilvan pediu desculpas no plenário, mas manteve críticas políticas
- Projeto que motiva a fala propõe desarmar segurança do presidente
- Parlamentar tem histórico de condenação por violência política de gênero