Brasília – A possibilidade de Gleisi Hoffmann assumir a Secretaria-Geral da Presidência em março tem gerado discussões intensas. Contudo, a presidente do PT precisa deixar o cargo até abril para se candidatar nas eleições de 2026. Fontes próximas a Gleisi indicam que ela priorizará sua atuação na articulação partidária e na campanha eleitoral.A reforma ministerial planejada por Lula para março traz à tona uma disputa interna. Gleisi é uma das favoritas para substituir Márcio Macêdo, atual secretário, que mantém uma boa relação com o presidente. No entanto, o Planalto enfrenta um dilema sobre como realocar Macêdo, que foi tesoureiro da campanha de Lula em 2022.
Preparativos para as Eleições Internas
O PT se prepara para suas eleições internas em julho. Gleisi liderará o Processo de Eleição Direta (PED), que definirá a nova direção do partido. Se ela deixar o cargo, um vice-presidente assumirá interinamente. Os nomes em discussão incluem José Guimarães (CE) e Humberto Costa (PE), mas Lula demonstra preferência por Edinho Silva, atual prefeito de Araraquara (SP), visto como uma conexão com o centro político.Em novembro, Gleisi reafirmou seu compromisso com o PT até julho de 2025 e negou interesse em um ministério. Essa posição foi reiterada em reuniões internas, onde Lula expressou a intenção de mantê-la à frente do partido para evitar divisões e fortalecer a base no Congresso.
Críticas à Política Econômica
Gleisi também tem se posicionado contra a política econômica do governo, criticando publicamente o arcabouço fiscal proposto por Fernando Haddad, chamando-o de “austericídio”. Sua saída do partido poderia enfraquecer a ala mais à esquerda, especialmente em um momento em que o governo perde apoio popular, conforme indicam pesquisas da Quaest.A especulação sobre sua possível entrada no governo coincide com tensões entre o PT e setores financeiros. Nesta quarta-feira (29), o Copom discutiu um possível aumento da Selic para 13,25%, medida que Gleisi criticou, defendendo juros mais baixos para estimular o consumo.
Pressão do Centrão
Partidos do Centrão, como PSD e União Brasil, estão pressionando por mais espaço na Esplanada. O PT pode perder ministérios importantes, como o das Mulheres e a Saúde, atualmente sob a liderança de Nísia Trindade.
O Que Dizem os Fatos
- Cronograma eleitoral: Gleisi precisa desincompatibilizar-se até abril de 2026 para concorrer.
- Sucessão no PT: Edinho Silva é visto como favorito por Lula.
- Lei eleitoral: Caso assuma a Secretaria-Geral, Gleisi terá que renunciar até abril, perdendo protagonismo no PED.
Entenda o Caso: Desafios Políticos de Gleisi Hoffmann
- A necessidade de desincompatibilização para concorrer nas eleições.
- A disputa interna no PT e as eleições diretas.
- A crítica à política econômica e suas implicações.
- A pressão por mudanças ministeriais e suas consequências.