Brasília – A sessão solene realizada na Câmara dos Deputados nesta terça-feira (19) para celebrar os 40 anos da redemocratização gerou reações. O deputado Carlos Jordy (PL-RJ) criticou o discurso do presidente da Câmara, Hugo Motta (REP-PE), e fez ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, a presença do ministro Luís Roberto Barroso no evento contradiz a defesa da democracia.
Em pronunciamento nesta quarta-feira (20), Jordy declarou que a celebração com um representante do STF é “incongruente”. Ele acusou a Corte de ultrapassar suas funções e ferir garantias constitucionais. “Comemorar a democracia ao lado de alguém que disse ter vencido o bolsonarismo é uma contradição”, afirmou.
Críticas a Hugo Motta e ao STF
Para Jordy, o discurso de Hugo Motta não condiz com a realidade política do país. “Começou sua gestão de forma promissora, mas sua fala foi decepcionante”, disse. O deputado afirmou que Motta buscou agradar o STF.
Durante a solenidade, Hugo Motta defendeu os avanços democráticos. “Nos últimos 40 anos, não tivemos mais jornais censurados, perseguições políticas ou crimes de opinião”, declarou o presidente da Câmara.
Jordy rebateu e citou casos que, segundo ele, provam o contrário. Ele mencionou a remoção de uma reportagem da revista Cruzoé sobre o ministro Dias Toffoli, em 2019, e a censura à Folha de S. Paulo em entrevista com Felipe Martins.
Questionamentos sobre liberdade de expressão
Jordy também questionou decisões do STF que, segundo ele, restringem a liberdade de expressão. “Quantos perfis já foram derrubados por ordem de Alexandre de Moraes? Quantas pessoas foram proibidas de criticar o STF sob ameaça de prisão?”, questionou.
O deputado relatou que foi alvo de operação da Polícia Federal, que realizou buscas em sua residência. Ele classificou a ação como perseguição política e citou investigações contra Jair Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro.
Defesa de Daniel Silveira
Jordy argumentou que muitos dos presos pelos atos de 8 de janeiro foram penalizados sem justificativa adequada. “Alguns cometeram vandalismo e devem ser responsabilizados, mas outros apenas se manifestavam e estão sendo usados como bodes expiatórios”, declarou.
Ele apontou o caso de Daniel Silveira como um exemplo de violação de direitos. “Sua imunidade parlamentar foi ignorada e ele foi preso por crime de opinião”, afirmou.
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Entenda o caso: polêmica entre Jordy, Hugo Motta e STF
- Sessão solene: Câmara comemorou 40 anos da redemocratização.
- Discurso de Hugo Motta: Defendeu avanços democráticos e negou censura.
- Críticas de Jordy: Acusou o STF de cercear liberdades e perseguição política.
- Censura na imprensa: Citou remoção de reportagens e fechamento de perfis.
- Caso Daniel Silveira: Defendeu o ex-deputado e criticou a Justiça.