A jornalista Manuela Borges, do ICL Notícias, sofreu tentativa de censura enquanto realizava cobertura jornalística no Congresso Nacional. O episódio ocorreu nesta segunda-feira (6), na entrada de uma sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, logo após entrevista com a deputada bolsonarista Bia Kicis (PL-DF).
“Fica o alerta. Eles reclamam de censura e mordaça do Judiciário, mas querem impedir o trabalho da imprensa independente e livre. Estamos de olho e não vão nos calar”, declarou Manuela Borges.
🎤 Entrevista tensa com Bia Kicis
Durante a cobertura, a jornalista abordou Bia Kicis sobre a caminhada pró-anistia, marcada para esta terça-feira (7), às 16h em Brasília. Na entrevista exibida pelo ICL Notícias – 1ª edição, a deputada bolsonarista fez declarações falsas, prontamente contestadas por Borges, que registrou o momento. A deputada, irritada, abandonou a gravação antes de concluí-la.
Pouco depois, ao tentar acessar a sessão da CPMI, Manuela foi impedida de entrar pela segurança, sob a alegação de que teria “constrangido uma deputada”. Apesar de estar credenciada para cobertura, a jornalista só conseguiu acesso após intervenção do chefe da segurança e ameaçou registrar denúncia formal de censura na Mesa Diretora do Senado, anexando a entrevista gravada como prova.
🔒 Censura no Congresso: ataque à imprensa independente
O episódio evidencia uma tentativa direta de cercear o trabalho da imprensa, prática que contradiz a Constituição Federal e fere a transparência democrática.
“Eu bati o pé, disse que tinha credencial de imprensa, que não havia desrespeitado ninguém e iria fazer uma denúncia formal de censura na Mesa Diretora do Senado. Disse que iria anexar a entrevista gravada ao meu favor”, relatou a jornalista.
Especialistas em direitos da imprensa alertam que tais ações representam um risco grave à liberdade de informação, principalmente quando parlamentares tentam controlar ou intimidar jornalistas durante o exercício da profissão.
🏛️ Perfil de Bia Kicis
Bia Kicis está em seu segundo mandato como deputada federal pelo Distrito Federal. Eleita em 2018 pelo PSL (atual União Brasil), a parlamentar foi expulsa do partido pouco depois por “grave infração ética”.
Em 2025, Kicis entrou na lista de investigados pelo inquérito do STF liderado por Flávio Dino, que apura incitação da população a descumprir medidas sanitárias e condutas nocivas durante a pandemia. Ela também é investigada no inquérito das fake news, que examina ameaças contra integrantes do Supremo Tribunal Federal.



