Lula cobra explicações do comandante da Marinha após vídeo sobre “privilégios”

Presidente se reúne com comandante da Marinha para esclarecer impacto de vídeo institucional gerando tensões no governo

Redacao Por Redacao - Equipe
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Brasília – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou uma reunião com o comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, na última sexta-feira (3), após a repercussão de um vídeo institucional sobre “privilégios militares”.

O material foi lançado em dezembro e provocou tensão no governo, sendo visto como inoportuno por ministros e fontes próximas ao presidente.

O vídeo, alusivo ao Dia do Marinheiro, comparava cenas de operações militares com momentos de lazer, e seu tom desafiador gerou críticas internas e externas.

O vídeo, que foi amplamente divulgado nas redes sociais, questionava as críticas aos privilégios dos militares, especialmente no contexto de propostas de mudanças na previdência e cortes no governo.

A peça publicitária fez um contraste entre imagens de treinamento e operações de salvamento com cenas de festas e praias. A mensagem final provocava: “Privilégios? Vem pra Marinha”. Isso gerou um clima de tensão, pois, no momento da publicação, estavam em discussão temas fiscais sensíveis, como os cortes propostos pelo ministro da Fazenda Fernando Haddad.

O encontro entre Lula e o comandante da Marinha

A reunião foi articulada pelo ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, e ocorreu na Granja do Torto, residência oficial da Presidência. Fontes próximas ao governo confirmaram que o objetivo principal foi resolver a crise provocada pelo vídeo. Lula, visivelmente incomodado, cobrou explicações do comandante. O almirante Olsen argumentou que o vídeo tinha a intenção de reforçar a imagem da Marinha internamente e responder às críticas sobre os benefícios da carreira militar.

Rumores de demissão e crise política

Durante a reunião, surgiram rumores de que o ministro José Múcio poderia considerar a demissão de Olsen devido ao episódio, mas a decisão final foi de manter o almirante no cargo. A crise gerada pela situação, no entanto, deixou sequelas nas relações entre o governo e o alto comando militar. Alguns analistas políticos consideraram que uma possível demissão poderia piorar o desgaste político sem resolver o problema central.

O impacto do vídeo nas relações com as Forças Armadas

A divulgação do vídeo coincidiu com um momento delicado nas relações entre o governo e as Forças Armadas. O material foi lançado no dia seguinte a uma reunião entre Lula e os comandantes das Forças Armadas no Palácio da Alvorada, onde os líderes militares expressaram descontentamento com as propostas fiscais do governo. Para o governo, o timing do vídeo e seu tom desafiador foram interpretados como um gesto de insubordinação velada, intensificando a crise política.

Entenda o caso: O que gerou a crise entre o governo e a Marinha

  • Vídeo Institucional: A peça publicitária da Marinha comparou cenas de operação militar com momentos de lazer, questionando as críticas aos “privilégios” militares.
  • Repercussão política: O vídeo foi lançado em um momento delicado, com o governo discutindo propostas fiscais, incluindo mudanças na previdência dos militares.
  • Reunião de crise: Lula se reuniu com o comandante da Marinha, Olsen, para entender o contexto do vídeo e tentar apaziguar a crise interna.
  • Decisão sobre demissão: O ministro José Múcio considerou demitir Olsen, mas decidiu mantê-lo no cargo, para evitar mais desgastes políticos.

Com informações do DCM

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