O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) intensificou a reorganização dos palanques estaduais do partido visando as eleições de 2026, em um cenário político marcado pela disputa pela vaga deixada pelo ministro Luís Roberto Barroso no Supremo Tribunal Federal (STF). O presidente busca estruturar candidaturas fortes em estados estratégicos, especialmente Minas Gerais e a região Nordeste, além de adotar postura rigorosa contra parlamentares que se afastaram da linha do governo.
Minas Gerais e o dilema Rodrigo Pacheco
Em Minas, Lula tenta convencer o ex-presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a disputar o governo estadual, mesmo diante da pressão de ministros do STF e lideranças do Congresso para que ele seja indicado ao Supremo. O petista acredita que Pacheco pode montar uma coligação ampla e fortalecer sua campanha presidencial com essa aliança. Há também a possibilidade de Pacheco migrar para o MDB, como parte de uma aliança nacional com o PT.
Alternativamente, o governo tem cortejado o ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PDT), que mantém boa relação com Pacheco, mas resiste em vincular sua candidatura diretamente à imagem de Lula. No cenário mineiro, a oposição inclui nomes ligados ao bolsonarismo, como o vice-governador Mateus Simões (Novo) e o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos).
Nordeste: ajustes e demissões para fortalecer alianças
No Nordeste, o Planalto promove limpeza em cargos federais ocupados por aliados que se distanciaram do governo. Exonerações atingiram superintendentes da Codevasf e do Iphan, afetando deputados do União Brasil e Solidariedade. A medida visa conter o avanço de grupos que ameaçam o espaço do PT nas alianças regionais.
No Maranhão, Lula pediu ao governador Carlos Brandão que pacifique a base e una em torno do senador Weverton (PDT-MA). Em Sergipe e Rio Grande do Norte, demissões impactaram aliados de adversários políticos locais, como André Moura (União-SE) e Álvaro Dias (Republicanos).
Balanço e perspectiva eleitoral
Com o quadro eleitoral se delineando, Lula busca equilibrar a montagem dos palanques estaduais com a decisão sobre a indicação para o STF, evitando desgastes com o Congresso, mas garantindo alianças fortes para sua reeleição em 2026.


