Brasília – Luiz Inácio Lula da Silva participou, nesta quarta-feira (8), de uma cerimônia simbólica marcando dois anos dos ataques de 8 de janeiro de 2023. O evento destacou a devolução de 21 obras de arte restauradas ao acervo presidencial e celebrou a democracia brasileira. As atividades aconteceram no Palácio do Planalto e na Praça dos Três Poderes.
O presidente ressaltou a importância da preservação histórica e cultural, além de reforçar o compromisso com valores democráticos. O ato contou com o simbolismo do “abraço da democracia”, reunindo participantes de diferentes setores.
Obras de arte restauradas
O evento apresentou as 21 obras recuperadas após os ataques às sedes dos Três Poderes em 2023. O trabalho foi coordenado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em parceria com a Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e a Universidade de Brasília (UnB).
Entre as obras restauradas, destacam-se:
- Mulatas, de Emiliano Di Cavalcanti, que sofreu sete punhaladas;
- A escultura O Flautista, de Bruno Giorgi;
- O Relógio de Mesa de Balthazar Martinot, restaurado na Suíça;
- A Ânfora Italiana, que teve 180 fragmentos reintegrados.
Os danos em algumas peças foram visíveis por trás, como “cicatrizes” simbólicas que contam a história do ocorrido. Segundo Leandro Grass, presidente do Iphan, “essas marcas reforçam a memória coletiva e previnem a repetição dos fatos”.
O simbolismo do evento
Após a apresentação das obras, Lula liderou o “abraço da democracia” na Praça dos Três Poderes. O gesto uniu representantes dos Três Poderes, artistas e membros da sociedade civil. Flores formando a palavra “democracia” foram dispostas no local, simbolizando resiliência e união.
Em sua fala, Lula destacou que a recuperação das obras e a realização do evento não apenas celebram o patrimônio cultural, mas também reafirmam o compromisso com a democracia brasileira.
Processo de restauração
O trabalho de restauração envolveu cerca de 50 profissionais, incluindo conservadores-restauradores, professores e estudantes. Foram mais de 1.760 horas de dedicação em um laboratório montado no Palácio da Alvorada.
No caso do Relógio de Mesa, fabricado no século XVII, a restauração aconteceu na Suíça com apoio da empresa Audemars Piguet. O objeto retornou ao Brasil após mais de mil horas de trabalho e agora integra novamente o acervo do Palácio do Planalto.
Lista de obras restauradas que serão devolvidas ao acervo da Presidência:
» Relógio de mesa, de Balthazar Martinot e André Boulle
» Ânfora italiana em cerâmica esmaltada
» Escultura O Flautista, de Bruno Giorgi
» Escultura Vênus Apocalíptica Fragmentando-se, de Marta Minujín
» Quadro com a pintura Mulatas, de Emiliano Di Cavalcanti
» Quadro com pintura do retrato de Duque de Caxias, de Oswaldo Teixeira
» Quadro representando galhos e sombras, de Frans Krajcberg
» Quadro com a pintura Fachada Colonial Rosa com Toalha
» Quadro com a pintura Casarios, de Dario Mecatti
» Quadro com a pintura Cena de Café, de Clóvis Graciano
» Quadro com a pintura Paisagem, de Armando Viana
» Pintura de Glênio Bianchetti
» Pintura de Glênio Bianchetti
» Pintura de Glênio Bianchetti
» Pintura de Glênio Bianchetti
» Pintura de Glênio Bianchetti
» Quadro com a pintura Matriz e Grade no primeiro plano, de Ivan Marquetti
» Quadro Rosas e Brancos Suspensos, de José Paulo Moreira da Fonseca
» Tela Cotstwold Town, de John Piper
» Tela de Grauben do Monte Lima
» Tela Bird, de Martin Bradley
Entenda o caso: as obras restauradas e o 8/1
- O ataque: Em 8 de janeiro de 2023, vândalos danificaram sedes dos Três Poderes e obras de arte históricas.
- Patrimônio recuperado: 21 peças foram restauradas, incluindo pinturas e esculturas.
- Parcerias: O processo contou com apoio de instituições brasileiras e internacionais.
- Ato simbólico: A devolução das obras marcou os dois anos dos ataques.
- Democracia em foco: O evento reforçou a memória e os valores democráticos.