Maioria rejeita anistia a golpistas de 8 de janeiro

Pesquisa Quaest mostra que 56% dos brasileiros são contra soltura dos envolvidos nos ataques aos Três Poderes
6 de abril de 2025
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© Joédson Alves/Agência Brasil
© Joédson Alves/Agência Brasil

Brasília – A nova pesquisa da Quaest, divulgada neste domingo (6), mostra que 56% dos brasileiros rejeitam a anistia aos responsáveis pelos ataques de 8 de janeiro de 2022. O levantamento aponta que a maioria da população defende que os envolvidos continuem presos.

Encomendada pela Genial Investimentos, a pesquisa ouviu 2.004 pessoas entre os dias 27 e 31 de março. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com 95% de confiança.


Opinião pública rejeita perdão aos envolvidos

O levantamento mostra que 34% dos entrevistados apoiam a soltura dos detidos, seja porque consideram a prisão excessiva ou desnecessária desde o início. Outros 10% não souberam ou preferiram não opinar.

A divisão de opiniões reflete diretamente o cenário político. Entre os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro, 61% defendem a anistia. Por outro lado, 77% dos eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva são contra a soltura e apoiam a continuidade das prisões.


Lula x Bolsonaro: visões opostas sobre anistia

O recorte da pesquisa segundo o voto nas eleições de 2022 revela contrastes:

  • Entre os eleitores de Lula:
    • 77% são contra a anistia
    • 15% defendem o perdão
  • Entre os eleitores de Bolsonaro:
    • 61% apoiam a anistia
    • 32% são contra
  • Entre os que votaram branco, nulo ou não votaram:
    • 53% rejeitam a anistia
    • 31% apoiam

Participação de Bolsonaro divide opiniões

A pesquisa investigou a percepção da população sobre o possível envolvimento de Bolsonaro no planejamento dos atos golpistas. O índice se manteve estável em relação à pesquisa anterior: 49% acreditam que ele participou da tentativa de golpe, enquanto 35% afirmam que não.

Esses dados indicam que a imagem do ex-presidente continua polarizada entre os brasileiros.


STF e o julgamento de Bolsonaro

Para 49% dos entrevistados, o Supremo Tribunal Federal (STF) agiu de forma justa ao tornar Bolsonaro réu. Já 36% consideram a decisão injusta. Outros 12% não souberam ou não quiseram opinar.

Essa percepção também varia conforme a preferência eleitoral:

  • Entre os eleitores de Lula, 80% aprovam a decisão do STF.
  • Entre os que votaram em Bolsonaro, apenas 16% a consideram justa.
  • No grupo que anulou ou votou em branco, 51% apoiam o STF, enquanto 30% discordam.

Polarização marca julgamento popular

Segundo Felipe Nunes, diretor da Quaest, o cenário evidencia a divisão política. “O lulista aposta na prisão de Bolsonaro (56%), o bolsonarista, não (55%). E entre quem alienou o voto, há um empate em 42% x 42%”, explicou.

Portanto, o julgamento popular sobre os ataques e o futuro de Bolsonaro segue marcado por disputas entre eleitores de lados opostos.


Entenda: o julgamento popular dos ataques de 8 de janeiro

  • 56% dos brasileiros rejeitam a anistia aos envolvidos.
  • 34% são a favor da soltura por diferentes razões.
  • A rejeição à anistia é maior entre eleitores de Lula (77%).
  • Eleitores de Bolsonaro demonstram apoio majoritário à anistia (61%).
  • 49% acreditam que Bolsonaro participou da tentativa de golpe.
  • STF foi considerado justo por 49% ao torná-lo réu.
  • O tema segue altamente polarizado, segundo a Quaest.

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