Manuela d’Ávila alerta para impacto das novas políticas da Meta na democracia global

Declarações geram repercussão na geopolítica da internet.

Redacao
Por Redacao - Equipe
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Brasília – A jornalista e ex-deputada federal Manuela d’Ávila (PSOL) criticou duramente, nesta terça-feira (7), o recente anúncio de Mark Zuckerberg, CEO da Meta. Em postagem nas redes sociais, Manuela classificou a decisão de flexibilizar a moderação de conteúdos como uma “ameaça explícita à democracia”. O posicionamento veio após Zuckerberg declarar que as plataformas da Meta, como Facebook e Instagram, buscariam “garantir a liberdade de expressão”, mesmo em parceria com ideias associadas à extrema-direita norte-americana.

Manuela destacou a gravidade do anúncio, afirmando que ele transcende a esfera da comunicação. Para ela, trata-se de um dos “maiores fatos políticos do tempo em que vivemos”. A ex-deputada argumenta que a medida reflete uma adesão direta às ideias de figuras como Donald Trump e Elon Musk, sugerindo riscos à estabilidade de instituições democráticas ao redor do mundo.

Regulação da internet em foco

Manuela, que realiza pesquisas acadêmicas sobre regulação da internet, observou que o discurso de Zuckerberg reforça a necessidade de controle institucional sobre plataformas digitais no Brasil e em outros países. Segundo ela, a Meta estaria alinhada com interesses políticos que colocam em risco valores democráticos, promovendo ideias de violência e autoritarismo.

  • “O que Zuckerberg diz, com todas as letras, é que a liberdade defendida pela extrema-direita será a sua e de sua empresa”, alertou Manuela.

A ex-deputada também chamou atenção para a parceria explícita entre a Meta e o governo norte-americano, citando o “excepcionalismo americano” como um elemento que contribui para políticas de dominação global.

Declaração de guerra ou estratégia comercial?

O discurso de Zuckerberg inclui menções à China, América Latina e Europa, especialmente à Alemanha, que lidera iniciativas regulatórias na União Europeia. Manuela interpretou isso como uma “declaração de guerra ao mundo”, destacando o impacto das decisões da Meta na geopolítica global.

Além disso, a ex-deputada fez referência ao X, plataforma de Elon Musk, como um exemplo de ambiente que compromete valores democráticos ao tolerar conteúdos que promovem violência.

Uma agenda central

Para Manuela, a questão vai além da tecnologia e exige uma resposta coordenada de governos e instituições internacionais. “Essa é a agenda central da geopolítica do nosso tempo. Só uma resposta institucional organizada poderá nos permitir enfrentar essa ameaça”, afirmou.

Leia na integra:

O anúncio de Zuckerberg não é o mero anúncio de uma nova política de moderação de conteúdo da empresa Meta. O que ele anuncia é um dos maiores fatos políticos – senão o maior – desse tempo em que vivemos.

Eu pesquiso no doutorado as políticas de regulação da internet no mundo e a relação disso com as ideias de liberdade norte-americanas. O que Zuckerberg diz, com todas as letras, é que a liberdade defendida pela extrema direita, as ideias de Trump e Musk, serão as suas e de sua empresa. Ideias que ameaçam instituições e democracias. Ideias de violência e tortura.
para isso, zuck operará em parceria explícita com o governo dos Estados Unidos. E o Velho excepcionalismo americano: a ideia de um povo predestinado a salvar todos os povos. O custo disso testemunhamos com as guerras promovidas por esse Império, o que mais guerreou da história.

O anúncio soa mesmo como uma declaração de guerra ao mundo. Ele menciona China e América Latina e ao se referir a regulação europeia, refere-se a Alemanha, protagonista da construção da regulação daquela região. Ao mencionar o X como sua referência, ele menciona a rede cujo proprietário opera direta e explicitamente ameaças a vida democrática de diversas regiões do planeta.

E um fato imenso. Não errem tentando coloca-lo no âmbito da “internet”. Não imaginem que se trata de algo afeito a comunicação ou moderação de conteúdo. Não subestimem acreditando que pode ser resolvido pelas secretarias de comunicação dos governos. Essa é a agenda central da geopolítica do nosso tempo. Só uma resposta institucional organizada poderá nos permitir enfrentar essa ameaça.


Entenda o caso: Meta e a geopolítica da internet

  • Anúncio da Meta: Zuckerberg declarou mudanças na moderação para priorizar liberdade de expressão.
  • Críticas de Manuela: A ex-deputada associa a decisão a uma ameaça global à democracia.
  • Parceria com EUA: Manuela sugere que a Meta se alinha a políticas da extrema-direita americana.
  • Impacto global: A medida repercute na Europa, América Latina e outras regiões, com destaque para regulações lideradas pela Alemanha.
  • Geopolítica digital: O caso reforça a urgência de debates sobre a regulação da internet no mundo.
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