O candidato à prefeitura de São Paulo pelo PRTB, Pablo Marçal, causou alvoroço na noite de segunda-feira (26) durante uma entrevista à “Globonews”, na qual anunciou um novo processo contra a jornalista Natuza Nery. O desentendimento ocorreu após uma série de indagações que desestabilizaram Marçal, levando-o a um descontrole público.
A entrevista tomou um rumo tenso quando Natuza Nery questionou Marçal sobre as alegações de vínculos entre lideranças do PRTB e o Primeiro Comando da Capital (PCC), além de envolvimento com o tráfico de cocaína. A pergunta claramente abalou Marçal, que, visivelmente irritado, respondeu de forma agressiva, indagando: “Qual a sugestão você me dá sendo candidato de um partido desse?”. A resposta de Natuza, “Meu papel não é lhe dar sugestões”, provocou ainda mais o ex-coach, que não conseguiu manter a compostura.
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Durante a entrevista, Marçal tentou, sem sucesso, desviar o foco das perguntas e se declarou um alvo de ataques injustos, acusando Natuza e outros jornalistas de mau tratamento. “Então, está respondido. Porque o [Gerson] Camarotti, a Dani [Daniela Lima], você. Eu não tenho nada a fazer com isso. Tem que ser processado…”, afirmou, evidenciando seu desagrado.
Com a situação cada vez mais tumultuada, Marçal apelou para limpar o nome do PRTB, afirmando: “Que pegue todo mundo que está lá, vocês não estão entendendo, estou pedindo socorro: limpe o PRTB pelo amor de Deus, eu não tenho poder de fazer isso”. Em sua defesa, o candidato também recorreu ao bordão de Jair Bolsonaro, alegando que “meu partido é o Brasil”.
Ao final da entrevista, Marçal, ainda abalado, acusou Natuza Nery de “maltrato” e anunciou sua intenção de processar a jornalista. “Eu fui muito maltratado aqui nessa televisão. Foi por você, Natuza”, declarou, prometendo seguir com um processo judicial contra a jornalista e a Rede Globo. Ele já havia entrado com uma ação semelhante anteriormente, mas desistiu da mesma.
Na entrevista, Marçal também tentou se colocar como vítima ao minimizar suas condenações e crimes passados. “Eu queria ser uma pessoa que nunca foi processada, que é tudo bonitinho, queria ser um menino que nem peida”, desabafou. Ao ser questionado sobre sua prisão, Marçal confirmou ter sido detido por três ou quatro dias na Superintendência da Polícia Federal, uma confissão que se somou à sua tentativa de desviar o foco das questões mais graves.
Histórico de processos
Em maio deste ano, Marçal havia processado Natuza, pedindo censura e direito de resposta, além de indenização por danos morais, após uma reportagem sobre fake news relacionadas às enchentes no Rio Grande do Sul. Na ocasião, ele figurou ao lado de Eduardo Bolsonaro entre os principais propagadores de desinformação sobre o evento climático.