Paulínia – Débora Rodrigues dos Santos, conhecida como “Débora do Batom”, cumpre prisão domiciliar após participar dos atos de 8 de janeiro de 2023. Seu marido, Nilton Cesar dos Santos, afirma que a família vive isolada, sem apoio de apoiadores políticos.
Em entrevista, Nilton contou que apenas parentes ajudam e que enfrentam dificuldades emocionais e financeiras desde a prisão. Enquanto isso, Débora permanece proibida de conceder entrevistas, usar redes sociais ou manter contato com outros investigados.
Prisão e rotina sob vigilância
Débora ficou dois anos presa e atualmente usa tornozeleira eletrônica. A Justiça impôs a ela diversas restrições. A cabeleireira responde por cinco crimes, como golpe de Estado, dano qualificado e associação criminosa armada.
Sua imagem viralizou ao escrever a frase “perdeu, mané” com batom na estátua da Justiça, tornando-se símbolo da invasão aos prédios dos Três Poderes.
Vida em reclusão e dificuldades
O antigo salão de beleza de Débora segue fechado. Nilton lacrou a entrada com concreto. Ele mantém a família com o trabalho de pintor.
“As crianças voltaram a sorrir, mas não é fácil. Não temos apoio psicológico”, contou. Ele não quis comentar a situação política nem dar detalhes sobre a mulher.
Cidade bolsonarista e isolamento social
Paulínia (SP) deu 59% dos votos a Jair Bolsonaro no segundo turno de 2022. Mesmo assim, moradores afirmam não conhecer pessoalmente a cabeleireira.
Na semana anterior, Bolsonaro levou a mãe e a irmã de Débora a um ato na avenida Paulista. O objetivo era pressionar o Congresso pela anistia de condenados pelos atos golpistas.
Julgamento no STF
O Supremo Tribunal Federal suspendeu o julgamento de Débora após pedido de vista do ministro Luiz Fux, que questionou a severidade das penas. Até então, os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino tinham votado por 14 anos de prisão.
Débora alegou que agiu por impulso, com recursos próprios, e não invadiu prédios públicos. Ela também pediu desculpas ao STF. O julgamento deve continuar em 25 de abril, de forma virtual.
Entenda:
- Débora ficou presa por dois anos após o 8 de Janeiro.
- Cumpre prisão domiciliar com tornozeleira e restrições.
- Família enfrenta dificuldades e vive isolada.
- Bolsonaro levou parentes dela a ato por anistia.
- STF retomará julgamento no fim de abril.