Mário Fernandes, ex-auxiliar de Bolsonaro, está entre presos por tramar morte de Lula e Moraes

Brasília – O general de brigada da reserva Mário Fernandes, ex-secretário-executivo do governo Jair Bolsonaro, foi preso nesta terça-feira (19) pela Polícia Federal (PF), acusado de envolvimento em um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Fernandes, apontado como “um dos militares mais radicais” ligados aos acampamentos golpistas em 2022, teria coordenado ações antidemocráticas e atuado como ponto de ligação entre o governo Bolsonaro e manifestantes instalados no Quartel-General do Exército em Brasília.

Trajetória de Mário Fernandes

Natural de Brasília, Fernandes iniciou sua carreira militar em 1983 na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), sendo promovido a general de brigada em 2016. Entre 2018 e 2020, ele liderou o Comando de Operações Especiais, em Goiânia (GO), responsável pelo treinamento dos chamados “kids pretos”, um grupo de elite do Exército.

Em 2020, ingressou na reserva e assumiu funções no governo Bolsonaro, incluindo a de secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência e ministro interino.

Envolvimento com golpistas

Segundo a PF, Fernandes desempenhou papel central nos acampamentos golpistas em frente ao Quartel-General do Exército. Ele repassava informações privilegiadas do governo e fornecia suporte financeiro e material aos manifestantes.

De acordo com documentos obtidos pela investigação, Fernandes era o “ponto focal” entre o governo Bolsonaro e os grupos radicais. A PF descreveu o militar como alguém com “elevado grau de influência e liderança” nos atos antidemocráticos.

Ligação com plano de assassinato

Fernandes é acusado de ser um dos idealizadores do plano para assassinar Lula, Alckmin e Moraes. O esquema fazia parte de uma tentativa de golpe de Estado, com a criação de um “Gabinete Institucional de Gestão de Crise” para comandar o país após a ruptura.

O documento que detalha o plano aponta que Fernandes seria responsável por oferecer suporte estratégico ao “presidente” que assumiria após o golpe.

Entenda, saiba mais tire suas dúvidas

Quem é Mário Fernandes?
General da reserva, ex-auxiliar de Bolsonaro, acusado de liderar ações radicais e apoiar golpistas em 2022.

Qual seu papel nos acampamentos golpistas?
Ele atuava como ponto de ligação entre o governo Bolsonaro e manifestantes, além de fornecer suporte financeiro e orientações.

Qual sua ligação com o plano de assassinato?
Fernandes é apontado como um dos criadores do esquema para eliminar Lula, Alckmin e Moraes, como parte de um golpe de Estado.

O que é o “Gabinete Institucional de Gestão de Crise”?
Era um gabinete que seria criado após a ruptura institucional para centralizar o comando estratégico do golpe.