Brasília – Após décadas de tratativas, o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia se aproxima de uma definição. Em reunião recente em Brasília, avanços importantes foram alcançados, descritos como “decisivos” por representantes europeus. No entanto, a concretização do pacto ainda depende de decisões políticas entre líderes das duas regiões.
Enquanto países como França e Polônia resistem à aprovação, citando preocupações agrícolas e ambientais, nações como Alemanha e Espanha se mostram favoráveis. O Brasil garantiu concessões significativas, como a exclusão do SUS de licitações estrangeiras, mas exige garantias contra tarifas ambientais futuras.
Quais países apoiam o acordo?
O Brasil conta com o apoio de aliados como Alemanha, Portugal, Espanha e países escandinavos. Esses governos veem no tratado uma oportunidade de fortalecer relações comerciais e contrabalançar a influência de outras potências, como a China.
Quem são os principais opositores?
A França lidera as críticas, alegando riscos à competitividade de seus agricultores e impactos políticos internos. O presidente Emmanuel Macron alerta que a aprovação pode fortalecer discursos nacionalistas na extrema direita. Além disso, a Polônia também se posiciona contra, sinalizando a formação de uma frente opositora com outros países.
Quais concessões foram feitas?
Entre os avanços nas negociações, destacam-se:
- Exclusão do setor de saúde, protegendo o SUS de concorrência estrangeira.
- Exportação limitada de até 60 mil toneladas de carne do Mercosul para a União Europeia.
- Discussão sobre tarifas ambientais para evitar práticas protecionistas a partir de 2025.
Como o setor agrícola europeu reage?
Agricultores franceses organizaram protestos contra a abertura do mercado a produtos do Mercosul. A preocupação com a concorrência tem gerado pressão política em países da Europa Central e Ocidental, que temem perder espaço para exportadores sul-americanos.
Próximos passos
A cúpula do Mercosul, marcada para os dias 5 e 6 de dezembro, será decisiva para o anúncio do acordo. O primeiro-ministro francês, Michel Barnier, planeja discutir o tema com a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, antes do encontro, buscando consenso sobre pontos ainda pendentes.
Entenda o caso: Mercosul e União Europeia no centro das negociações
- Histórico: 25 anos de debates sem acordo final.
- Desafios: resistência agrícola e ambiental na França e Polônia.
- Aliados do Brasil: Alemanha, Espanha, Portugal e escandinavos.
- Concessões europeias: exclusão do SUS de licitações e limite de exportação de carne.
- Impacto político: Macron teme avanço da extrema direita na França.
Com informações de Jamil Chade, do UOL.