Brasília – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a plataforma Rumble indique um representante legal no Brasil dentro de 48 horas. Caso a empresa não cumpra a decisão, seus serviços podem ser suspensos no país. A exigência inclui a formalização junto à Junta Comercial e a nomeação de advogados com plenos poderes de representação.
Rumble enfrenta impasse judicial no Brasil
A Rumble, criada em 2013 pelo canadense Chris Pavlovski, tem se consolidado como um espaço para conteúdo de influenciadores e grupos conservadores. Entretanto, a plataforma já enfrentou bloqueios no Brasil devido ao não cumprimento de decisões judiciais.
Em 2023, Moraes ordenou a remoção de perfis que espalhavam desinformação, incluindo o do influenciador Bruno Monteiro Aiub (Monark), que questionou a legitimidade da eleição presidencial de 2022. Como resposta, a Rumble suspendeu suas atividades no país.
A plataforma retomou suas operações no início de 2025, mas continua sob pressão judicial. A empresa e um grupo ligado ao ex-presidente dos EUA Donald Trump processaram Moraes, alegando violação da liberdade de expressão e pedindo garantias contra novas intervenções do STF.
Acusações de desobediência e contestação de Pavlovski
Moraes argumenta que a Rumble não tem um representante legal desde que Stacey Beall, então responsável, renunciou. A plataforma também é acusada de não cumprir decisões que exigiam o bloqueio de perfis do blogueiro Allan dos Santos. Segundo Moraes, Santos teria criado novas contas para driblar bloqueios, o que pode configurar crime de desobediência.
Em resposta, Chris Pavlovski declarou nas redes sociais que a Rumble não reconhecerá a ordem de Moraes, chamando-a de “ilegal”. Ele afirmou que a autoridade do ministro não se estende à plataforma, a menos que haja envolvimento do governo dos Estados Unidos.