Brasília – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta terça-feira (25) que as milícias digitais seguem atuando para disseminar desinformação e tentar intimidar o Judiciário. A declaração foi dada durante o julgamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete acusados de tentativa de golpe de Estado.
Moraes destacou que esses grupos utilizam técnicas de manipulação para distorcer trechos do julgamento e espalhar fake news.
“Sabemos que as milícias digitais continuam atuando, inclusive durante esse julgamento, tentando manipular trechos para criar narrativas falsas. A especialidade dessas organizações é a produção e distribuição de desinformação para intimidar o Poder Judiciário. No entanto, se não conseguiram até agora, não conseguirão”, afirmou Moraes.
O ministro ressaltou que não serão aceitas interferências de organizações nacionais ou estrangeiras.
“O Brasil é um país soberano e independente. Seja com milícias digitais nacionais ou estrangeiras, o Judiciário não será intimidado”, completou.
Inquérito contra milícias digitais
O STF conduz, desde 2021, um inquérito para investigar a atuação dessas milícias digitais. A investigação, sob relatoria de Moraes, deu origem a outros processos, incluindo o que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado.
Em 2024, o bilionário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), foi incluído na investigação após ameaçar desobedecer decisões judiciais do STF.
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Entenda o caso: milícias digitais e o julgamento de Bolsonaro
- O que são as milícias digitais?
São grupos organizados que disseminam desinformação e tentam influenciar a opinião pública por meio de redes sociais e plataformas digitais. - Por que Moraes mencionou o tema?
Durante o julgamento da denúncia contra Bolsonaro, o ministro alertou que esses grupos seguem ativos e tentam distorcer informações para atacar o STF. - Qual a relação com o inquérito das milícias digitais?
O STF investiga essas organizações desde 2021, e a apuração levou à abertura de outros processos, incluindo a suposta tentativa de golpe. - O que Elon Musk tem a ver com isso?
O bilionário foi incluído no inquérito após ameaçar descumprir ordens do STF sobre moderação de conteúdo na rede X.