Moraes rejeita pressão internacional e julgamento de Bolsonaro no STF avança

25 de março de 2025
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Alexandre de Moraes - Foto: Antonio Augusto/STF
Alexandre de Moraes - Foto: Antonio Augusto/STF

Brasília – O ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito sobre a suposta trama golpista, reafirmou que o Supremo Tribunal Federal (STF) não cederá a pressões internacionais para favorecer Jair Bolsonaro. O ex-presidente responde a cinco acusações criminais e pode enfrentar uma pena superior a 40 anos de prisão.

Moraes enfatizou que grupos organizados continuam tentando influenciar o julgamento, mas garantiu que o STF não se deixará intimidar. O ministro também rechaçou a anulação da delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, fundamental para as investigações.

Delação de Mauro Cid mantida pelo STF

A Primeira Turma do STF rejeitou os pedidos de defesa para invalidar a colaboração de Mauro Cid, que forneceu informações sobre a suposta organização do golpe. Moraes destacou que o depoente confirmou voluntariamente seus relatos na presença de advogados.

Pressão internacional e Lei Magnitsky

A Lei Magnitsky, em discussão nos Estados Unidos, tem sido citada por aliados de Bolsonaro como possível instrumento para sanções contra Moraes. No entanto, em fevereiro, a Justiça norte-americana negou um pedido da Rumble e da Trump Media & Technology Group para não cumprir determinações do magistrado brasileiro.

Eduardo Bolsonaro busca apoio nos EUA

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se licenciou da Câmara para morar temporariamente nos EUA. O objetivo seria fortalecer alianças com Donald Trump e políticos da extrema-direita, tentando influenciar o processo contra seu pai.

Não é a primeira vez que Eduardo Bolsonaro busca apoio externo. Em 2022, ele se reuniu com Steve Bannon, ex-assessor de Trump, que o incentivou a questionar o resultado eleitoral.

Crimes atribuídos a Bolsonaro

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Bolsonaro e mais 32 pessoas sob acusação de envolvimento na suposta trama golpista. As investigações apontam que o grupo teria planejado ataques contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (PSB) e Alexandre de Moraes.

Os crimes imputados ao ex-presidente incluem:

  • Tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Golpe de Estado;
  • Liderança de organização criminosa armada;
  • Dano qualificado;
  • Deterioração de patrimônio tombado.

Quem está sendo julgado pelo STF?

O julgamento inicial envolve:

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente;
  • General Walter Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice em 2022;
  • General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército e ex-ministro da Defesa;
  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do caso.

LEIA TAMBÉM

Entenda o caso Bolsonaro e o STF

  • O STF investiga uma suposta tentativa de golpe organizada pelo ex-presidente e aliados.
  • Mauro Cid firmou delação premiada e apresentou provas sobre o caso.
  • A defesa tentou anular a colaboração de Cid, mas o STF rejeitou o pedido.
  • A Lei Magnitsky foi citada por apoiadores de Bolsonaro como forma de pressão contra Moraes.
  • A Justiça dos EUA rejeitou tentativas de impugnação de decisões do STF.
  • Eduardo Bolsonaro se mudou temporariamente para os EUA para buscar apoio contra a condenação do pai.

Redacao

Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

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