Ao vivo: Lula se encontra com lideranças de movimentos populares e recebe propostas

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se encontra com representantes de movimentos populares nesta sexta-feira (27), às 17h, na Casa de Portugal, em São Paulo. No local, o petista irá receber um documento subscrito por cerca de 80 entidades com 10 propostas para a superação da crise e reconstrução no Brasil, para caso saia vitorioso das eleições de outubro. 

Segundo Raimundo Bonfim, coordenador nacional da Central de Movimentos Populares (CMP), estarão presentes aproximadamente mil lideranças de movimentos da cidade, do campo, dos sem-terra, de mulheres, do movimento negro, da juventude, ambientalistas e LGBTQIA+.  

O documento foi elaborado pelas entidades nos últimos dois meses e contém as propostas dos movimentos a partir de “um diagnóstico da situação política, econômica e social do país, do governo Bolsonaro e apresenta 10 propostas para superar a crise e reconstruir o Brasil”, afirma Bonfim. 

As propostas abordam temas da redução das desigualdades sociais; trabalho, emprego e renda; Estado e serviços sociais; reforma urbana com cidades inclusiva; segurança pública cidadã; questões democráticas, como controle social por plebiscitos e referendo; meio ambiente; reforma na agricultura familiar, soberania alimentar; questão da igualdade e diversidades; políticas públicas para mulher e juventude; além de questões de soberania internacional.  

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Contrato com os movimentos

“Os setores da burguesia vão disputar, não vai querer que o Lula avance na revogação de alguns dos retrocessos e também no sentido de reformas estruturais, por exemplo, uma reforma tributária que taxe os lucros, dividendos, grandes fortunas. É preciso o povo organizado, na luta para fazer as mudanças”, diz Bonfim, referindo-se à possibilidade de Lula ser eleito. 

O coordenador da CMP destaca que a expectativa dos movimentos é que grande parte das 10 propostas estejam contidas no programa de governo Lula. Sobre isso, “não há dúvidas”. Ainda assim, o objetivo também é reforçar as pautas. 

“Sabemos que tem muitas coisas que não dependem de uma caneta, de uma decisão só do presidente, mas nós vamos continuar a luta após o período eleitoral para que os 10 pontos sejam implementados. É uma espécie de um contrato dos movimentos populares com o presidente Lula”, afirma. 

O documento não foi elaborado apenas para ser entregue ao ex-presidente Lula, mas se trata de “um instrumento de luta e diálogo com as próprias bases dos movimentos populares”. 

“Não é um programa de governo ou de emergência. É um instrumento que vai além do processo eleitoral, ainda que essas entidades já tenham decidido pelo apoio à pré-candidatura do ex-presidente Lula”, afirma Bonfim. 

Ele ainda enfatiza que os movimentos que estarão presentes e que elaboraram o documento têm estreita relação com “o povo, o território, as lutas, seja no campo ou na cidade. Esse é um ponto que eu destacaria como sendo importante. É quem está muito próximo do povo vivendo as suas angústias, suas dificuldades de emprego, falta de renda, falta de políticas públicas e o impacto que tem o processo de privatização dos instrumentos de construção de política de desenvolvimento econômico social”. 

Edição: Rodrigo Durão Coelho