Em escalada pós-anexação, Ucrânia solicita adesão à Otan em caráter emergencial

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou que Kiev assinará um pedido de adesão à Otan de maneira acelerada nesta sexta-feira (30).

“De fato, já fizemos nosso caminho para a OTAN. De fato, já provamos compatibilidade mútua com os padrões da Aliança, eles são reais para a Ucrânia – reais no campo de batalha e em todos os aspectos de nossa interação”, disse o presidente da Ucrânia.

O líder ucraniano citou o caso da Finlândia e Suécia como exemplos de recentes procedimentos acelerados para ingresso de novos países-membros na Otan

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“Confiamos uns nos outros, ajudamos uns aos outros e protegemos uns aos outros. Esta é a Aliança. De fato. Hoje a Ucrânia está se candidatando para fazer isso de jure. Em um procedimento que será consistente com a nossa importância na proteção de toda a nossa comunidade”, destaca. 

Zelensky acrescentou também que a Ucrânia está pronta para realizar negociações com a Rússia, mas “já com outro presidente russo”.

O líder ucraniano também disse que a próxima reunião da Verkhovna Rada (parlamento ucraniano) deve considerar um projeto de lei sobre a nacionalização de todos os ativos russos na Ucrânia.

Neste 30 de setembro, o presidente russo Vladimir Putin assinou tratados internacionais de anexação das autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, bem como as regiões ocupadas de Zaporozhye e Kherson.

Putin citou o desejo da Ucrânia de ingressar na Otan como uma das razões para a adesão dos territórios à Federação Russa. Pouco depois do início da guerra, durante as conversações de paz em Istambul, a Ucrânia ofereceu-se para recusar a adesão à Aliança do Atlântico Norte. Mas, no final, as negociações ficaram congeladas.

Edição: Arturo Hartmann