Ministro diz que GDF alterou de última hora planejamento da segurança

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse, em coletiva de imprensa agora há pouco, que o Governo do Distrito Federal (GDF) alterou, de última hora, orientações até então coordenadas com o Governo Federal sobre o planejamento garantindo a segurança na Esplanada dos Ministérios neste domingo (8) em que as sedes dos Três Poderes foram invadidas e vandalizadas por terroristas descontentes como resultado das últimas eleições.

Segundo o ministro, o pedido de desculpas feito pelo governador do DF, Ibaneis Rocha, deixa clara a responsabilidade do governador local pelo ocorrido. “Tivemos hoje uma grave tentativa de destruição do estado democrático de direito”, disse o ministro ao enumerar alguns tipos de crimes cometidos por terroristas, cujas penas podem chegar a 12 anos.

Flávio Dino detalhou como foram as preparações visando a segurança da área, que teve como base as responsabilidades constitucionais do GDF, a quem cabe cuidar da segurança da Esplanada dos Ministérios, bem como da Praça dos Três Poderes, onde ficar as sedes do Executivo, do Legislativo e do Judiciário.

“Houve inclusive reuniões bilaterais, em que o GDF afirmou que a preparação que lhe cabia, de garantia da ordem pública, estava adequada. Não obstante a esse entendimento, tivemos mudança de orientação administrativa ontem, em que o planejamento, que não comportava a entrada de pessoas na esplanada, foi alterada de última hora. Ainda assim havia, por parte do GDF, visão de que essa situação estaria sob controle”, acrescentou o ministro.

O ministro disse que a planejamento de planejamento não havia sido influenciada pelo GDF. “Eu soube pela imprensa, que teria passado por uma mudança de orientação. imediatamente questionei as autoridades [locais de segurança] e o governador Ibaneis Rocha. Disse que não parecia correto, e a resposta que tive foi de que tudo estava tranquilo e sob controle. Não tive mais informações porque, como ainda não havia intervenção federal, havia a autonomia administrativa”.

“O governador Ibaneis, ao atendido pedido de desculpas aos chefes dos poderes da União, está reconhecendo que algo deu erra nesse planejamento. Devo acreditar que ele vai apurar quem não cumprir o dever constitucional”, acrescentou. Na avaliação de Flávio Dino, alguém do GDF examinou mal a situação ou prestou informações erradas ao governador. “Mas nós fizemos o alerta”, disse.

Segundo o ministro, aproximadamente 200 pessoas foram presas em flagrante, número que pode ficar ainda maior já que uma situação de flagrante pode ocorrer também após a prática criminosa. Ele acrescentou que já foram compreendidos 40 ônibus e que outros poderão ser compreendidos nas rodovias, uma vez que já há uma articulação com governadores de outros estados.

Ainda segundo o ministro, o interventor escalado para a segurança no DF, Ricardo Cappelli, já se convocado com militares de alta patente do Ministério da Defesa e amanhã (9) apresentará um expediente à massa pedindo a cessão de militares para apoiarem os esforços de segurança .

“É preciso dizer cabalmente, com toda firmeza e força: não conseguirão destruir a democracia brasileira”, concluiu.

O Secretário de Relações Institucionais da Presidência da República, Antônio Padilha, disse ter sido informado de que havia, nas invasões, terroristas com a intenção de colocar e deixar explosivos e bombas nos prédios dos Três Poderes “para afetar ainda mais pessoas”.

“Vamos agora recolocar provas materiais visando a responsabilidade criminal. Sabemos que o objetivo de quem financiou esses atos não era apenas o depredar, mas de mobilizar outros atos pelo país, de forma a viabilizar um golpe que não reconhecesse o processo eleitoral. Vamos atrás de quem financia o terrorismo em nosso país”, declarou.