Brasília – A bancada evangélica enfrentou um racha interno após o deputado Otoni de Paula (MDB-RJ) promover uma oração pelo presidente Lula durante evento no Palácio do Planalto, nesta terça-feira (15). A iniciativa gerou críticas severas de figuras influentes, como o pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, conhecido por seu apoio ao bolsonarismo.
Otoni, que participou da cerimônia de sanção da lei que cria o “Dia Nacional da Música Gospel”, foi enviado ao evento pelo líder da Frente Parlamentar Evangélica (FPA), o deputado Silas Câmara (Republicanos-AM), que se recuperava de uma cirurgia. Durante o evento, o deputado fez elogios a Lula, agradecendo por iniciativas de seu governo anterior, como a criação da Lei de Liberdade Religiosa, e referindo-se a ele como “meu presidente”.
Reação de Silas Malafaia
A atitude de Otoni causou revolta em Silas Malafaia, um dos principais líderes evangélicos no Brasil e ferrenho crítico do governo Lula. O pastor criticou a aproximação do deputado com o presidente e afirmou que tal gesto contradiz outras ações do governo, como a revogação de portarias que dificultavam o acesso ao aborto. “Derrubou várias portarias que dificultavam o aborto e tirou o Brasil da aliança das nações contra o aborto”, declarou Malafaia.
Malafaia também acusou Otoni de querer “jogar dos dois lados” e alertou que sua atitude o teria “queimado” entre os bolsonaristas. “A maioria da bancada evangélica não vai se aproximar de Lula”, garantiu o pastor, reforçando a divisão dentro do segmento evangélico.
Tentativa de Silas Câmara de amenizar a situação
Silas Câmara, que inicialmente havia escolhido Otoni para representá-lo, tentou minimizar o impacto da situação. Em sua defesa, explicou que a presença de Otoni no evento tinha como objetivo celebrar a sanção de uma lei relevante para o segmento evangélico. “Não é um gesto político, mas uma agenda que representa a luta da nossa bancada no Congresso”, afirmou.
A sanção da Lei e o evento no Planalto
O evento em questão marcou a assinatura da lei que institui o “Dia Nacional da Música Gospel”, celebrada pelos evangélicos. Durante o discurso, Otoni não apenas fez a oração, mas também elogiou publicamente o presidente, o que gerou o desconforto entre seus aliados mais conservadores. Sua fala em tom conciliatório foi interpretada por críticos como um movimento de aproximação com o governo petista, que contraria as posições mais duras de sua base eleitoral.
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1. O que causou a revolta de Silas Malafaia?
Malafaia se revoltou com o fato de Otoni de Paula ter elogiado e orado por Lula em um evento no Planalto, considerando isso uma contradição em relação a outras ações do governo petista, como sua posição em relação ao aborto.
2. Qual foi o papel de Otoni de Paula no evento?
Otoni participou do evento a pedido de Silas Câmara, líder da Frente Parlamentar Evangélica, que não pôde comparecer. O evento marcou a sanção de uma lei que cria o “Dia Nacional da Música Gospel”.
3. Como a bancada evangélica reagiu à oração por Lula?
A oração gerou divisões dentro da bancada evangélica, com parte dos membros apoiando a sanção da lei, enquanto outros, como Malafaia, criticaram duramente a aproximação com o governo Lula.
4. O que disse Silas Câmara sobre o evento?
Silas Câmara afirmou que a participação de Otoni foi parte de uma agenda que representava a luta da bancada evangélica no Congresso, minimizando o impacto político do gesto.