PCC gastou R$ 1,2 milhão para matar Sergio Moro

24 de março de 2023
Leia em 2 mins
possivel-cassacao-de-sergio-moro:-conheca-os-pre-candidatos-para-eleicao-ao-senado-no-pr
Sergio Moro

Curitiba — Sergio Moro, senador e ex-juiz federal, foi alvo de um plano elaborado pelo PCC (Primeiro Comando da Capital), que envolveu um gasto de mais de R$ 1,2 milhão, segundo documentos apreendidos pela Polícia Federal (PF). Os registros mostram que a facção pretendia sequestrar e matar o parlamentar, além de outros agentes públicos.

A PF descobriu as movimentações ao investigar mensagens, e-mails e celulares de integrantes da organização criminosa. A contabilidade da operação incluía valores detalhados com aluguel de imóveis, armas, alimentação, viagens e até a contratação de pedreiros para construir compartimentos secretos.

Plano detalhado em contas e anotações

A facção planejou cada etapa. Um dos registros no bloco de notas de um dos celulares apreendidos mostra:

  • R$ 50 mil em custos iniciais
  • R$ 12 mil com deslocamentos
  • R$ 55 mil para compra de veículo
  • R$ 50 mil para aluguel e manutenção
  • R$ 110 mil na aquisição de um fuzil

Esse trecho da planilha já indicava mais de R$ 564,5 mil em despesas.

Imóveis alugados perto da casa de Moro

Os criminosos alugaram diversos imóveis em Curitiba, cidade onde Moro e sua família moravam. Segundo a PF, entre 1º e 27 de setembro, o grupo locou:

  • Um apartamento por R$ 10 mil
  • Uma casa por R$ 6 mil
  • Uma chácara por R$ 5 mil

Além disso, compraram móveis por R$ 3,5 mil, gastaram R$ 1 mil com viagens e R$ 2 mil em alimentação e combustível.

Facção usava codinomes para despistar a polícia

Para dificultar a investigação, os envolvidos usavam apelidos. Moro era chamado de “Tokio”. “Sequestro” virou “Flamengo”, e outros termos como “Fluminense” e “Ponte Preta” também apareciam.

Segundo a decisão da juíza Gabriela Hardt, os códigos tinham o objetivo de evitar interceptações diretas. Um dos arquivos com esses apelidos também aparecia vinculado ao nome de Janeferson Aparecido Mariano Gomes, apontado como chefe do grupo responsável pela execução.

Ex-membro denunciou o plano após ser ameaçado

Uma testemunha, ex-integrante do PCC, decidiu colaborar com a investigação após ser jurada de morte. Ela forneceu os documentos e indicou o nome de Janeferson Gomes como o comandante da célula encarregada da missão.

O delegado Martin Bottaro Purper, do Grupo Especial de Investigações Sensíveis (Gise), assinou o relatório obtido pela imprensa. Nele, constam todas as movimentações financeiras e a estrutura montada pela facção.

PCC queria resgatar Marcola com atentados

O objetivo do plano era, segundo a PF, criar pressão para libertar Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, líder da facção, atualmente preso. Para isso, o grupo pretendia sequestrar Moro e Lincoln Gakiya, promotor do Gaeco-SP, e exigir o resgate.

Além de seguir Moro, os criminosos chegaram a monitorar sua família desde janeiro, o que levou à proteção dele por escoltas da Polícia Militar do Paraná.

Entenda: o plano do PCC contra Moro

  1. Facção investiu mais de R$ 1,2 milhão para executar o crime
  2. PF apreendeu documentos com registros de gastos e códigos
  3. Codinomes como “Tokio” e “Flamengo” ocultavam a real operação
  4. Aluguéis em Curitiba visavam facilitar o sequestro
  5. Plano também incluía promotor Lincoln Gakiya como alvo

Redacao

Equipe de jornalistas do Jornal DC - Diário Carioca

Authors

Newsletter

Most viewed

– Publicidade –

Don't Miss

Jair Bolsonaro - © Antonio Augusto/STF

STF tenta intimar Bolsonaro e aliados por trama golpista

Ex-presidente ainda não foi intimado; Cid,
O líder do Movimento Brasil Livre (MBL), Renan Santos – Divulgação

Fundador do MBL defende que polícia tenha liberdade para matar

Em evento com políticos de direita,