Sorocaba
– A Polícia Federal apreendeu quase R$ 1 milhão em espécie, carros de luxo, armas e munições durante a operação “Copia e Cola”, que apura suspeitas de corrupção em contratos da saúde no município de Sorocaba (SP). A investigação atinge o entorno do prefeito Rodrigo Manga (Republicanos), incluindo sua residência, gabinete e parentes próximos.
A ofensiva incluiu 28 mandados de busca e apreensão em 13 cidades de São Paulo e Bahia, tendo como alvo central uma Organização Social (OS) contratada para gerir unidades de saúde locais. A entidade é suspeita de operar contratos com valores superfaturados, com apoio de lobistas e agentes públicos.
O que foi apreendido
Entre os materiais encontrados pela PF estão:
- R$ 863 mil em dinheiro, guardados em caixas de papelão nas casas de Josivaldo Souza, que se apresenta como bispo, e Simone Frate de Souza, cunhada de Manga;
- Três veículos de luxo — Porsche, BMW e Toyota — na casa de Marco Silva Mott, amigo pessoal do prefeito, investigado por lavagem de dinheiro;
- Seis armas longas, 11 pistolas e uma grande quantidade de munições.
OS alvo da operação
A OS investigada é a Aceni, responsável pela administração da UPA do Éden e da UPH Oeste. A Justiça determinou o bloqueio de R$ 20 milhões da entidade e proibiu novos contratos com o setor público. O presidente da organização também está entre os investigados.
Envolvimento de ex-secretários
A investigação também envolve ex-secretários da gestão de Manga, como Vinicius Rodrigues (ex-Saúde) e Fausto Bossolo (ex-Administração). Este último já havia sido condenado por superfaturar a compra de um prédio de R$ 10 milhões destinado à Secretaria de Educação.
O nome de Marco Silva Mott, amigo do prefeito, aparece novamente. Ele é réu em uma ação civil ligada à mesma aquisição.
Manga se manifesta nas redes
Nas redes sociais, Rodrigo Manga minimizou a operação: “Mandaram a PF na minha casa e encontraram bolo de cenoura, Nutella e o Pokémon do meu filho”. Ele negou relação com os bens apreendidos e disse que a polícia apenas recolheu a cópia da chave de seu carro.
O prefeito afirmou que sofre “perseguição política” e alegou que os contratos estão sob fiscalização, não havendo até o momento qualquer comprovação de irregularidade.
Outras acusações contra Manga
O nome de Rodrigo Manga também aparece em outras denúncias. Em 2024, a Justiça bloqueou seus bens por supostas irregularidades na compra de kits de robótica no valor de R$ 26 milhões.
Na mesma decisão, dois ex-secretários foram condenados à prisão por superfaturamento na aquisição de um prédio para a Secretaria da Educação (Seduc). Ao ser questionado, Manga afirmou que os processos estão “caindo” e que teve suas contas aprovadas pelo Tribunal de Contas.
Entenda
- A PF investiga desvio de recursos da saúde em Sorocaba.
- Quase R$ 1 milhão e armas foram apreendidos na operação.
- A OS Aceni, contratada pela prefeitura, teve R$ 20 milhões bloqueados.
- Familiares, ex-secretários e amigos de Manga estão entre os alvos.
- O prefeito afirma ser vítima de perseguição política.