Brasília – O relatório final da Polícia Federal (PF), divulgado nesta terça-feira (26), apresenta oito provas que indicam a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma tentativa de golpe de Estado em 2022.
O documento, antes sigiloso, foi liberado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR).
O relatório também envolve Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro, e o coronel Mauro Cid, além de 36 outros indiciados por organização criminosa. Segundo a PF, o golpe não se concretizou devido a fatores externos.
Os oito pontos do relatório contra Bolsonaro
- Reuniões para espalhar fake news
Em julho de 2022, Bolsonaro, junto a ministros como Anderson Torres e Augusto Heleno, planejou a disseminação de mentiras sobre fraudes nas urnas antes das eleições. - Representação com dados falsos
O Partido Liberal (PL), liderado por Valdemar Costa Neto, apresentou uma contestação sobre o segundo turno com dados inconsistentes. Bolsonaro teria aprovado a ação. - Pressão ao Exército
Bolsonaro apoiou a criação de uma carta ao comando do Exército para influenciar decisões militares. - A minuta golpista
O texto previa instaurar um Estado de Defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e criar uma comissão para revisar o processo eleitoral. - Planos de assassinato e capturas
Operações como “Punhal Verde e Amarelo” e “Copa 2022” planejavam o assassinato de Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes, além de capturas estratégicas. Bolsonaro teria conhecimento das iniciativas. - Reuniões com comandantes militares
Em dezembro de 2022, Bolsonaro apresentou a minuta golpista a chefes das Forças Armadas. Enquanto Exército e Aeronáutica recusaram o plano, o almirante Almir Garnier teria mostrado apoio. - Participação de assessores próximos
O general Mário Fernandes, ex-secretário da Presidência, imprimiu o documento golpista no Palácio do Planalto. - Encontro com general disposto a liderar tropas
Em dezembro, Bolsonaro reuniu-se com o general Estevam Theóphilo, que teria aceitado liderar tropas para executar o decreto.
Próximos passos na investigação
O relatório foi enviado à PGR, liderada por Paulo Gonet, que analisará as provas para decidir se denunciará Bolsonaro e outros envolvidos ao STF. Se aceitas, as denúncias transformarão os acusados em réus e iniciarão os processos judiciais.
Entenda, saiba mais tire suas dúvidas
Quem está sendo acusado?
O relatório menciona Jair Bolsonaro, Braga Netto, Mauro Cid e mais 36 pessoas, incluindo ex-ministros e militares.
Quais crimes estão sendo investigados?
Os indiciados são acusados de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e formação de organização criminosa.
O que é a minuta golpista?
É um documento que propunha instaurar um Estado de Defesa no TSE, viabilizando uma ruptura institucional para questionar o resultado das eleições.
Quais serão os próximos passos?
A PGR decidirá se apresentará denúncias formais ao STF, que, se aceitas, transformarão os investigados em réus.