PF indicia ex-diretores da PRF por ações que tentaram impedir eleitores de Lula em 2022

Operações teriam restringido eleitores de Lula no segundo turno

Redacao
Por Redacao
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Brasília – 22 de janeiro de 2025 – A Polícia Federal (PF) indiciou quatro ex-diretores e coordenadores da Polícia Rodoviária Federal (PRF) por supostamente dificultarem o deslocamento de eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições de 2022. Entre os acusados estão Luis Carlos Reischak Júnior, Rodrigo Cardozo Hoppe, Djairlon Henrique Moura e Adiel Pereira Alcântara. Também figura no processo o ex-coordenador de inteligência da ANTT, Bruno Nonato dos Santos Pereira.

As investigações apontaram que as operações da PRF, concentradas no Nordeste, foram planejadas para restringir o direito de voto. Os crimes investigados incluem desobediência, prevaricação e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

Operações no Nordeste e impacto eleitoral

No dia 30 de outubro de 2022, data do segundo turno, a PRF realizou blitze que afetaram o deslocamento de eleitores. O então presidente do TSE, Alexandre de Moraes, ordenou a suspensão das operações, mas a ordem não foi cumprida. Dados mostram que 2.185 ônibus foram fiscalizados no Nordeste, enquanto apenas 571 passaram por inspeção no Sudeste.

A intensificação das fiscalizações no Nordeste foi classificada como injustificada pela PF. Mensagens de texto recuperadas evidenciaram a intenção política por trás das ações.

Indiciados e alegações

O ex-diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, foi apontado como o mentor das operações. Ele já havia sido indiciado em agosto de 2024 e cumpriu prisão preventiva. Vasques é acusado de usar a PRF para atender interesses políticos alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Outro indiciado, Adiel Pereira Alcântara, negou envolvimento direto, alegando que soube das operações pela imprensa. No entanto, a investigação revelou sua participação no fornecimento de informações estratégicas para os planos de fiscalização intensiva.

A defesa dos acusados contestou as acusações, afirmando que faltam provas que os vinculem diretamente às irregularidades.

Conclusão e próximos passos

A PF enviou as conclusões ao Supremo Tribunal Federal (STF), sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes. A Procuradoria-Geral da República (PGR) decidirá se apresenta denúncia, solicita novas investigações ou arquiva o caso.

Entenda o caso

  • Data: As operações ocorreram no dia do segundo turno das eleições de 2022.
  • Região afetada: Fiscalizações concentradas no Nordeste, sem justificativa técnica.
  • Nomes citados: Silvinei Vasques, Adiel Pereira Alcântara e outros ex-diretores da PRF.
  • Crime investigado: Restrição ao direito de voto e desobediência às ordens do TSE.
  • Relatório enviado: Documentos foram remetidos ao STF.
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