Policial preso em trama de assassinato do presidente trabalhava na segurança de Lula

Wladimir Matos Soares teria repassado informações confidenciais ao grupo golpista

Redacao
Por Redacao
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Brasília – A Polícia Federal (PF) prendeu nesta terça-feira (19) o policial federal Wladimir Matos Soares, suspeito de participar de um plano golpista para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Wladimir atuava na equipe de segurança do presidente eleito durante a transição de governo e teria compartilhado informações confidenciais com aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A investigação revelou que Wladimir utilizou sua posição para repassar dados sensíveis ao capitão da reserva Sérgio Rocha Cordeiro, assessor especial de Bolsonaro, e se colocou à disposição para apoiar uma tentativa de golpe de Estado.


Ligações com o esquema golpista

Mensagens interceptadas pela PF mostram que Wladimir aguardava uma autorização de Bolsonaro para ações golpistas. “Aguardando a canetada para defender o Palácio e o Presidente”, teria afirmado em uma troca de mensagens com Sérgio Cordeiro.

Cordeiro, que já é investigado em outro caso envolvendo fraude nos cartões de vacina de Bolsonaro, recebeu de Wladimir áudios e imagens que detalhavam a segurança de Lula, incluindo a presença de militares em sua equipe.


Contexto de tensão e vandalismo

As mensagens entre Wladimir e Cordeiro ocorreram em dezembro de 2022, durante um período de forte tensão política em Brasília. Após a diplomação de Lula, manifestantes bolsonaristas tentaram invadir a sede da PF e realizaram atos de vandalismo, como incêndios de ônibus.

Em áudio, Wladimir relatou o aumento das medidas de segurança de Lula, com reforços do Comando de Operações Táticas (COT) posicionados em hotéis próximos. Mesmo assim, ele expressou apoio ao golpe e afirmou: “Essa porra tem que virar logo. Não dá pra continuar desse jeito.”


Prisões e participação do grupo “kids pretos”

Além de Wladimir, a operação prendeu quatro militares conhecidos como “kids pretos”: Rafael Martins de Oliveira, Hélio Ferreira Lima, Rodrigo Bezerra de Azevedo e Mário Fernandes. O grupo, formado por militares das Forças Especiais, planejava ações golpistas que incluíam o assassinato de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

De acordo com a PF, o grupo pretendia envenenar as autoridades e tomar o poder para manter Bolsonaro na presidência. A operação identificou que Wladimir agia em “unidade de desígnios” com os conspiradores, fornecendo informações estratégicas para viabilizar o plano.


Entenda, saiba mais tire suas dúvidas

Quem é Wladimir Matos Soares?
Policial federal que atuava na segurança de Lula durante a transição de governo e é suspeito de colaborar com golpistas ligados a Bolsonaro.

O que é o grupo “kids pretos”?
Militares das Forças Especiais conhecidos por treinamento de elite. Eles são investigados por planejar ações extremas, incluindo assassinatos.

Quais eram os planos do grupo golpista?
O grupo pretendia realizar assassinatos, criar um gabinete de crise e tomar o poder, mantendo Bolsonaro na presidência.

A investigação continua?
Sim. A PF ainda busca identificar outros envolvidos e entender o alcance do esquema.


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